A luz é um facto total e é isso que hoje celebramos neste Dia Internacional da Luz.
Simultaneamente medida do tempo, partícula fundamental e onda eletromagnética, a luz fala-nos do universo. À medida que os cientistas aprendem a desvendar os seus segredos, descobrem o que ela nos pode ensinar, são áreas inteiras da nossa compreensão do mundo que se abrem a nós - e os limites do inteligível são ultrapassados.
Esta é também, sem dúvida, a razão pela qual a luz é indissociável da criatividade humana, desde as grutas decoradas do Paleolítico até às obras contemporâneas de artistas visuais, escultores, fotógrafos, arquitetos, realizadores de cinema e diretores de iluminação, cada um dos quais, à sua maneira, a materializa e amplia.
Cientistas e engenheiros também aprenderam a aproveitar as suas notáveis propriedades de forma prática: desde os díodos emissores de luz (LEDs) que nos
impedem de tropeçar no escuro, à Internet de banda larga, passando pela medicina, a agricultura, a energia, a ótica e muitos outros campos, a luz está em todo o lado - se
soubermos vê-la.
A luz está no centro da matéria, como demonstram projetos como o Centro Internacional SESAME de radiação sincrotrónica para ciência experimental e aplicações no Médio Oriente, um acelerador de partículas que foi inaugurado precisamente a 16 de maio, e que permite às equipas de todo o Médio Oriente desvendar mistérios através da luz.
Este dia é assim uma oportunidade para celebrarmos o poder da ciência e prestarmos homenagem não só aos cientistas que a praticam, como também a todos aqueles que a decifram e a divulgam - professores e educadores, amadores e curiosos.
De facto, estes últimos meses enfatizaram a importância do seu papel na difusão da literacia-científica geral e no reforço da confiança na ciência.
A confiança continua a ser uma condição fundamental para que a ciência sirva o interesse público. Esta é também a razão pela qual esta edição do Dia Internacional
da Luz está centrada neste tema crucial. As vacinas são uma poderosa demonstração deste facto. Sem confiança e sem transparência, o progresso científico, por mais
necessário e excecional que seja, torna-se alvo de suspeita, desconfiança e rumores.
Contudo, não é um dado adquirido, deve ser conquistada abrindo a ciência à sociedade, tornando-a compreensível e legível, e não a omitindo do debate democrático sob o pretexto da sua natureza técnica. Só assim a ciência será capaz de desenvolver todo o seu potencial. Por este motivo, os cientistas de todo o mundo, incluindo os laureados com o Prémio Nobel e vencedores do Prémio L'ORÉAL-UNESCO para as Mulheres na Ciência, estão empenhados em reforçar a confiança na ciência através de uma grande campanha que é lançada neste Dia Internacional da Luz.
Que este Dia, este ano novamente marcado pela pandemia e suas consequências, seja uma oportunidade não só para celebrarmos a ciência, mas também para todos aqueles que, tornando-a acessível, discutindo-a e questionando os seus limites, estão a ajudar a torná-la um verdadeiro bem comum da humanidade.
Numa altura em que uma crise global está a pôr à prova a humanidade ao ponto de ameaçar fraturá-la em todo o lado, torna-se imperativo agir para que a pandemia não conduza à rutura, mas à reconciliação da humanidade, consigo mesma e com todos os seres vivos.
Este Dia lembra-nos de todo o trabalho que falta fazer para preservar a paz, que nunca pode ser tomada como garantida, mas deve ser sempre construída. Esta é a razão de ser da UNESCO, fundada após a mais terrível das guerras, para construir as defesas da paz na mente de mulheres e dos homens - através dos bens comuns da educação, das ciências, da informação e da cultura.
A recuperação de Mosul pode ser considerada como um símbolo deste empreendimento de edificação da paz. Dizimada pela guerra, a cidade de Nineveh Plain retoma hoje a sua vocação como cidade plural, um cruzamento de culturas e
religiões, ao serviço da paz. Desde há vários anos, a UNESCO tem vindo a tomar medidas neste domínio, não só através da valorização do património histórico, como também do tecido cultural e educativo.
O património, a educação e a cultura são, de facto, três alicerces insubstituíveis da paz. Pois cada um dos seus avanços permite-nos dar mais um passo em direção ao outro.
Neste movimento para unir a humanidade e alcançar um mundo de partilha, o compromisso coletivo é essencial.
De facto, a magnitude das mudanças que constituem uma ameaça para a paz, que vão das alterações climáticas às revoluções tecnológicas, passando pelas desigualdades crescentes, exige a mobilização de todas as nossas sociedades. É nesta perspetiva que, desde 2017, temos vindo a celebrar o Dia Internacional do Viver Juntos em Paz.
Ao prestar homenagem aos esforços envidados pela comunidade internacional no sentido de construir a paz, este Dia almeja ainda fomentar o empenho e a dedicação de todas e de todos para cumprir esta grande missão humanista.
Por último, este Dia é também uma oportunidade para refletirmos juntos sobre ações concretas que permitam promover um ambiente inclusivo, pacífico e sustentável em todos os aspetos, para que a humanidade possa viver em paz. Como afirmou Martin Luther King: "Se queremos ter paz na terra, (...) os nossos compromissos devem transcender a nossa raça, a nossa tribo, a nossa classe e a nossa nação; e isso significa que devemos desenvolver uma perspetiva mundial"; Estejam certos de que a UNESCO está plenamente empenhada nesta missão.
Terá lugar em Braga, entre os dias 4 e 6 de junho, o Campo Primavera, Encontro de Formação de Jovens, subordinado ao tema: Cidadania e Participação Juvenil. Esta edição é organizada pela Casa da Juventude de Guimarães, uma associação pertencente à Rede de Associações e Clubes UNESCO.
Esta iniciativa decorrerá em regime residencial, pelo que salvaguardará todas as regras de higiene e segurança necessárias para impedir qualquer risco de contágio pelo Coronavírus.
As inscrições encontram-se abertas até dia 21 de maio, pelo que pode já proceder à sua inscrição aqui.
Para qualquer informação adicional, dúvidas ou esclarecimentos, contacte casajuventudeguimaraes@gmail.com
Irá decorrer, a partir das 10h15, no dia 15 de maio no Palácio Nacional de Mafra, a apresentação do livro “Luz e Sombra – A Sustentável Leveza da Forma”, por Sérgio de Medeiros e Mário Pereira. Este programa conta com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO.
O convite é feito pelo Diretor Geral do Património Cultural e o Diretor do Palácio Nacional de Mafra, e na programação do evento, para além da apresentação do livro a ter início às 11h, consta ainda um recital de carrilhão, pelas 12h15. O número de participantes será condicionado às normas do Plano de Contingência em vigor.
Este livro pode ser adquirido aqui.
Vai decorrer de 14 de maio a 27 de junho de 2021 a exposição “Cidades na Cidade”, organizada pela Bienal Fotografia do Porto, à qual a Comissão Nacional da UNESCO concedeu o seu apoio institucional. Esta exposição faz parte da edição da Bienal’21 Fotografia do Porto, que oferece uma escolha variada e repleta de temáticas dinâmicas e atuais, pelo que serão organizadas 19 exposições por 15 curadores, que contam com as contribuições de 46 artistas.
Estas permanecerão abertas ao público a partir das 14h30 de dia 30 de maio. Dado o contexto pandémico em que nos encontramos, o programa desta edição consistirá num roteiro organizado pelos espaços das respetivas exposições, de modo a evitar aglomerados, e limitando o número de visitantes por espaço.
Para mais informações, consulte aqui.
Vai ter lugar no próximo dia 17 de maio, a 2ª sessão do I Ciclo de Webinars sobre os aspirantes a Geoparques Mundiais da UNESCO Portugueses, por ocasião do Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação. Coorganizado entre a Comissão Nacional da UNESCO e o aspirante Geoparque Oeste, esta sessão conta na 1ª parte com a comunicação do Doutor Ricardo Carvalhido, coordenador científico do aspirante Litoral Viana do Castelo a Geoparque Mundial da UNESCO.
Na 2ª parte desta webinar, terá lugar a mesa-redonda dedicada à temática “Os Geoparques como promotores de um destino turístico em tempos de pandemia”, com dois convidados especiais: Dr. Pedro Machado – Turismo do Centro e o Professor Doutor Miguel Castro Neto, da Universidade Nova de Lisboa. Serão também convidados representantes dos cinco Geoparques Mundiais da UNESCO Portugueses pertencentes à Rede Mundial da Geoparques.
Poderá efetuar a sua inscrição para o webinar aqui.
No ano em que se celebram os 20 anos de classificação do Centro Histórico de Guimarães como Património Mundial, o Município apresentou a primeira proposta para o Plano de Gestão do Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros, que deu a conhecer na passada segunda-feira. Durante o mês de maio, o Plano está sob consulta pública. Esta fase é especialmente relevante na medida em que procura envolver a comunidade — local, mas não só — reforçando o conhecimento sobre o Bem e, sobre ele, refletir sobre o modo de o proteger, usar e valorizar.
Com um arco temporal definido, 2021—2026, o Plano de Gestão aponta sentidos e estratégias para o futuro e integra um plano de ação que explicita 90 ações e conjuntos de ações a implementar a curto, médio e longo prazo. Sabe-se que o Centro Histórico de Guimarães, inscrito em 2001 na Lista do Património Mundial, é diferente do Centro Histórico de Guimarães da década de 80, quando se iniciou o processo, em curso, de recuperação do centro da cidade. Sabe-se que este património urbano é dinâmico e é certo que daqui a 20 anos estará diferente. A questão é: que Cidade, que Património, ou que Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros, queremos ter daqui a 20 anos?
Reconhecer que estes processos não são estáticos, nem estão garantidos pelo facto de serem reconhecidos nacional e internacionalmente pelo seu Valor Universal Excecional; é um passo determinante para que todos, sem exceção, sejam envolvidos e comprometidos na defesa, na salvaguarda e na valorização, permanente, do Bem Património Mundial. Esse é o principal desígnio do Plano de Gestão, para o qual o Município de Guimarães convoca todos os interessados.
O Plano pode ser consultado aqui.
Mais informações clique aqui.
Criticas, sugestões e comentários devem ser enviados para: chcouros@cm-guimaraes.pt
Estão abertas as candidaturas para a edição de 2021 do Prémio UNESCO Sultão Qaboos para a Preservação Ambiental, cujo objetivo é recompensar as atividades de personalidades, grupos de indivíduos ou organizações que contribuíram para a investigação do ambiente e dos recursos naturais, educação e formação desta área, aumento da sensibilização ambiental
O prémio consiste na atribuição de um certificado, bem como de uma recompensa financeira atribuída pelo governo de Omã.
Como proceder à candidatura?
Para mais informações, consulte aqui.
À medida que o mundo se depara com um segundo ano desta pandemia devastadora, a mobilização do nosso património cultural e natural continua a ser crucial para a humanidade. Esta mobilização permite-nos fortalecer os nossos laços, aumentar a nossa resiliência, e construir a nossa capacidade de proteger o legado do passado e transmiti-lo às gerações futuras.
O Dia Mundial do Património Africano foi estabelecido pela Conferência Geral da UNESCO em 2015, com o intuito de aumentar a consciência do imenso valor e potencial do património africano. Mais do que uma simples celebração do património, este Dia remete para o papel decisivo que o património desempenha na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a Agenda 2030 e da Agenda 2063 da União Africana.
De facto, o tema deste ano, que destaca a importância da cultura, da arte e do património no desenvolvimento do continente, está em consonância com o tema escolhido pela União Africana para 2021, ou seja, "Arte, cultura e património: uma alavanca para a construção da África que queremos". Em particular, enfatiza o papel da cultura e o património africanos no desenvolvimento de uma identidade e economia distintivas de África.
Contudo, para que o património africano possa desempenhar este papel, é fundamental assegurar a sua proteção através de abordagens mais integradas e inclusivas. Face aos desafios que o Património Mundial Africano enfrenta atualmente - desde a COVID-19 às alterações climáticas – é imperativo envolver mais os jovens, as mulheres e as comunidades indígenas e locais que vivem no interior dos sítios Património Mundial e em seu redor, pois são os seus guardiões e protetores.
Em estreita colaboração com o Fundo do Património Mundial Africano e outros parceiros, a UNESCO apoia os países, os gestores dos sítios, os profissionais do património e as comunidades locais para fomentar a conservação, gestão e promoção do património africano. Estamos a trabalhar para sensibilizar os jovens enquanto agentes da mudança. Estamos também a trabalhar para colocar as novas tecnologias ao serviço da salvaguarda do património mundial, bem como para a reconstrução, monitorização, vigilância e promoção dos sítios do património cultural e natural.
Este Dia é a ocasião perfeita para celebrar o seu empenho e perseverança na proteção e promoção do património africano, não obstante os desafios existentes e um futuro repleto de incertezas.
É ainda uma oportunidade para agradecer a cada um dos intervenientes o trabalho notável que realizam para garantir que todos possamos disfrutar da riqueza cultural e natural do continente africano.
Estão abertas as candidaturas para a edição de 2021 dos Prémios Internacionais de Alfabetização da UNESCO, que visam reconhecer e galardoar a excelência e inovação no domínio da alfabetização à escala global. Como tal, pretende-se que sejam recompensados três laureados do prémio King Sejong e ainda três laureados do prémio Confuncius.
Prémio Internacional de Alfatização: King Sejong
Apoiado pelo Governo da República da Coreia, o prémio é atribuído em reconhecimento das atividades que promovem o desenvolvimento e o uso da língua materna na aprendizagem, na educação e na formação.
Saiba mais sobre a atribuição deste prémio aqui.
Prémio Internacional de Alfabetização: Confucius
Apoiado pelo Governo da República Popular da China, o prémio é atribuído em reconhecimento das atividades que promovem a alfabetização dos adultos nas zonas rurais e dos jovens que não frequentam a escola, particularmente raparigas e mulheres.
Saiba mais sobre a atribuição deste prémio aqui.
A edição deste ano é subordinada ao tema "A Alfabetização digital e a distância inclusiva”. As candidaturas podem ser apresentadas até dia 13 de junho de 2021, em língua francesa ou inglesa.
Quem se pode candidatar?
Como proceder à candidatura?
Para mais informações alusivas aos Prémios Internacionais de Alfabetização da UNESCO e ao processo de nomeação, consulte aqui.
A data de 5 de Maio foi oficialmente estabelecida em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - uma organização intergovernamental, parceira oficial da UNESCO desde 2000, que reúne os povos que têm a língua portuguesa como um dos fundamentos da sua identidade específica - para celebrar a língua portuguesa e as culturas lusófonas. Em 2019, a 40ª sessão da Conferência Geral da UNESCO decidiu proclamar o dia 5 de Maio de cada ano como "Dia Mundial da Língua Portuguesa".
A língua portuguesa é não só uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério sul. O português continua a ser, hoje, uma das principais línguas de comunicação internacional, e uma língua com uma forte extensão geográfica, destinada a aumentar.
Os Dias consagrados às línguas faladas em todo o mundo celebram anualmente o multilinguismo e a diversidade cultural, e constituem uma oportunidade para sensibilizar a comunidade internacional para a história, a cultura e a utilização de cada uma destas línguas. O multilinguismo, um valor central das Nações Unidas e uma área de importância estratégica para a UNESCO, é um fator essencial para uma comunicação harmoniosa entre os povos, promovendo a unidade na diversidade, a compreensão internacional, a tolerância e o diálogo.
Mais informações em: https://pt.unesco.org/commemorations/portuguese-language-day
Mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, para ver clique aqui
Mensagem do Subdirector Geral para a cultura da UNESCO , para ver clique aqui
Video “Dia Mundial da Língua Portuguesa – uma língua, tanto para unir”, criado pela agência DDB Portugal, para ver clique aqui
Terá lugar no próximo dia 7 de maio, entre as 9.30h e as 12.30h, o webinar, 7.º Fórum GILM: Literacia Mediática e Desigualdades, numa iniciativa do Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM) de que a Comissão Nacional da UNESCO faz parte.
O Evento integra-se no conjunto das iniciativas da operação nacional 7 Dias com os Media, um projeto anual do GILM cuja 9.ª edição decorre de 3 a 9 de maio de 2021. É lançado nesta ação o desafio a instituições e cidadãos para que criem uma iniciativa (workshop, webinar, vídeo, podcast ou outra) que tenha como foco os media, os seus usos, a análise crítica e a produção.
Durante este webinar teremos oportunidade para debater temas como Literacia mediática e transição digital e ainda Literacia mediática: percursos inclusivos para uma cidadania ativa. Ver programa aqui .
A participação deverá ser realizada mediante inscrição aqui, não estando previstas a atribuição de certificado ou partilha de documentação.
Há trinta anos atrás, jornalistas, diretores e editores de toda a África reuniram-se para redigir um apelo à liberdade de imprensa, a "Declaração de Windhoek sobre a Promoção de uma Imprensa Africana Independente e Pluralista". Esta declaração histórica visava tornar o livre fluxo de informação um bem público - um objetivo que ainda hoje é relevante.
Desde 1991, o panorama da informação mudou drasticamente, especialmente com o advento da Internet e dos media sociais. Temos agora oportunidades sem precedentes para nos expressarmos, mantermos informados e ligarmos aos outros. No entanto, enfrentamos também um aumento da desinformação e do discurso de ódio, a perturbação dos modelos empresariais dos meios de comunicação social e a concentração do poder nas mãos de algumas empresas privadas.
A pandemia sublinhou a necessidade de uma informação fiável. Foi através do jornalismo independente que adquirimos uma melhor compreensão desta crise. Os jornalistas foram para o terreno, muitas vezes correndo grandes riscos pessoais. Muitos têm sido ameaçados, detidos, assediados - especialmente as mulheres. Em 2020, sessenta e dois jornalistas foram mortos por fazerem o seu trabalho, e muitos mais perderam as suas vidas por causa da COVID-19. Temos uma dívida de gratidão para com eles.
Além disso, a pandemia exacerbou os problemas existentes, e muitos meios de comunicação social estão a sofrer perdas financeiras. Devido aos confinamentos, grande parte do quotidiano é vivido online, o que consolidou ainda mais o poder das plataformas da Internet. Também proliferaram rumores e informações falsas, em alguns casos com consequências fatais.
O tema do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa deste ano, "Informação como um bem público", destaca o valor inegável de uma informação verificada e fiável. Salienta também o papel essencial que os jornalistas livres e profissionais desempenham na produção e divulgação de tal informação, e no combate à desinformação e outros conteúdos nocivos.
Este tema está em consonância com os esforços envidados pela UNESCO para assegurar a saúde a longo prazo de um jornalismo independente e pluralista, e a segurança dos profissionais dos meios de comunicação social em todo o mundo, nomeadamente através do Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade.
Neste contexto, a UNESCO está a trabalhar para promover maior transparência nas plataformas da Internet em áreas como a moderação de conteúdos, respeitando ao mesmo tempo os direitos humanos e as normas internacionais de liberdade de expressão. A UNESCO procura equipar os cidadãos com as competências de literacia mediática e de informação de que necessitam para navegar neste novo panorama informativo, de modo a evitar que sejam induzidos em erro ou manipulados na Internet.
Hoje, estamos também a trabalhar para assegurar que esta paisagem em mudança se reflita nos princípios consagrados na Declaração de Windhoek, ao celebrarmos o 30o aniversário deste documento histórico na Conferência Mundial sobre a Liberdade de Imprensa que se realiza em Windhoek, Namíbia, nos dias 2 e 3 de maio.
Ao assinalarmos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, apelo a todos para que renovem o seu compromisso com o direito fundamental à liberdade de expressão, que defendam os profissionais dos media, e que se juntem a nós para garantirmos que a informação continua a ser um bem público.
Esta 10ª edição do Dia Internacional do Jazz é uma oportunidade para celebrarmos, mais uma vez, a riqueza desta tradição musical. O jazz é uma realidade multifacetada, tecida através de encontros entre culturas, instrumentos e pessoas. Ao longo de décadas, o jazz tem vibrado com as atuações dos músicos que o tocam e, ao mesmo tempo, cada um dos seus acordes é um convite para explorar novos horizontes.
É esta abertura do jazz, à improvisação, ao outro, que o converte essencialmente numa música de paz. Como salientou no Correio da UNESCO o grande jazzman Herbie Hancock, Embaixador da Boa Vontade da UNESCO e promotor da comemoração deste Dia Internacional, precisamente porque é interpretado com um espírito de abertura ao outro, o jazz transmite "valores humanistas", "essenciais à compreensão mútua, ao diálogo e ao respeito".
Numa altura em que a pandemia exacerba com demasiada frequência todas as tensões das nossas sociedades, num momento em que assistimos ao ressurgimento de preconceitos e discriminação, mais do que nunca, necessitamos deste convite essencial do jazz para respeitar o outro.
É o poder de universalidade de uma música que nunca deixou de derrubar barreiras, falando de liberdade a partir da escravatura e de diálogo a partir da separação, para unir, para além das origens, das fronteiras e das classes, na música e na criação.
Do jazz, devemos também recordar o poder da improvisação que supera todos os obstáculos e permite que uma tradição seja constantemente renovada, sem se perder. Numa altura em que uma crise múltipla sublinha a urgência de reinvenção das nossas sociedades, a nossa relação com o mundo e com os demais, a flexibilidade, a audácia e o otimismo do jazz pode inspirar-nos a celebrar, com Nina Simone, "um novo amanhecer, um novo dia".
Mais do que nunca, precisamos do jazz - mas o jazz também precisa de nós. E este Dia é também uma oportunidade para expressarmos todo o nosso apoio aos músicos de todo o mundo que perderam os seus rendimentos na sequência do encerramento das salas de concertos, clubes e bares.
Apesar disso, não deixaram de partilhar a sua música, onde tem sido possível, online ou na rua, sem perderem a sua generosidade, o seu alento e a sua inventividade. Cabe-nos a nós mostrar-lhes que também não perderam o seu público. Para tal, é uma enorme alegria podermos contar, mais uma vez, com o compromisso infalível do Instituto Herbie Hancock de Jazz que nos permitirá celebrar juntos, online, este Dia Internacional e deixar que o poder do jazz ressoe em todo o mundo.
Devemos estar ao lado dos músicos, mas também de todos os artistas, como a UNESCO tem vindo a fazer desde o ano passado, dando-lhes a oportunidade de se expressarem em mais de 255 debates Resiliart e 110 países, para inventarem juntos formas de ultrapassar a crise e compor o futuro.
Neste aniversário tão particular, vamos partilhar o último desejo da Chick Corea, uma lenda e encarnação do jazz, que infelizmente nos deixou em fevereiro: "Espero que aqueles que sentem vontade de tocar, de escrever, de atuar, o possam fazer. Se não para eles próprios, então para todos nós. Não é só que o mundo precisa de mais artistas, é também muito mais divertido".