Enquanto (quase) todos dormem, na calada da noite, um pequeno grupo de investigadores captura, estuda, regista e anilha dezenas de aves às portas de Lisboa. Afonso Rocha, um dos responsáveis do Grupo de Anilhagem do Estuário do Tejo, fez esta fotografia e conta-nos a sua história.
WILDER: Qual é a ave da fotografia?
Afonso Rocha: Trata-se de uma seixoeira (Calidris canutus).
W: Onde e quando foi tirada a fotografia?
Afonso Rocha: O momento foi registado na madrugada da passada terça-feira, 14 de Novembro, nas salinas do Samouco.
W: O que estavam a fazer e porquê?
Afonso Rocha: Na noite de segunda-feira realizámos uma sessão de captura e anilhagem de aves limícolas que se prolongou até à manhã do dia seguinte. O objectivo desta sessão foi a captura de fuselos (Limosa lapponica) para a colocação de dispositivos de seguimento gps e a marcação de aves com anilhas. Os dispositivos de seguimento gps permitem conhecer com precisão os movimentos das aves, por exemplo, nesta altura os movimentos diários entre os locais de alimentação e refúgio no estuário do Tejo e mais tarde descobrir os locais de reprodução no norte da Rússia. O fuselo é uma espécie difícil de capturar nesta altura do ano, devido à reduzida população que passa o inverno no estuário (~500 aves) e pelos poucos locais de refúgio de preia-mar nocturnos conhecidos e acessíveis. Mas a sorte protege os audazes e nessa noite conseguimos capturar quatro aves, o que permitiu colocar dois dispositivos.
W: É normal a ave estar tão “colaborante”, tão tranquila, para a foto?
Afonso Rocha: Por volta das duas da manhã, enquando retirava a última ave da rede, ouço um bando de seixoeiras (a espécie vocaliza muito) a sobrevoar o local onde estava e seguido do som de aves a embater nas redes onde ficaram presas. Chamei a restante equipa que já tinha saído do tanque e começámos a extrair as aves das redes. No total capturámos 56 seixoeiras. É habitual as seixoeiras adotarem um aparente comportamento calmo durante a sua manipulação, o que permite tirar algumas fotografias como esta.
W: O que é possível saber sobre esta ave em específico?
Afonso Rocha: Não temos muita informação sobre a ave que está na fotografia. Apenas sabemos que é uma ave adulta e que estava a terminar a muda das penas primárias, o que é comum nesta altura do ano em algumas espécies de aves limícolas invernantes no estuário do Tejo. A espécie não apresenta um dimorfismo sexual evidente e, para determinar o sexo destas aves durante o período não reprodutivo, é necessário retirar uma pena em crescimento ou uma amostra de sangue para posteriormente sexagem em laboratório.
Contudo, entre as seixoeiras capturadas três já tinham uma anilha, duas tinham sido recentemente anilhadas pelo grupo mas uma já era uma velha conhecida. Esta seixoeira foi capturada e anilhada pelo grupo em Setembro de 2012 nas salinas do Samouco. A ave foi anilhada como um adulto, o que significa que agora terá pelo menos 13 anos de vida. É um excelente registo de longevidade para a espécie, mas ainda a meio caminho do record de 26 anos e 8 meses de uma seixoeira observada no Reino Unido. Na altura pensámos que se poderia tratar de um migrador de passagem, mas a sua captura nesta altura do ano (quando os migradores de passagem já estão na costa oeste Africana), permite afirmar que é uma ave invernante no estuário do Tejo.
W: Para que serve o material que se vê em cima da mesa?
Afonso Rocha: Na mesa estava o material essencial para o processamento das aves capturadas, nomeadamente para a sua identificação, colocação de anilhas, medição de determinadas estruturas, a pesagem da ave e o registo da informação. Para além de anilhas metálicas da central nacional de anilhagem (cempa) com diferentes tamanhos e códigos, estavam na mesa os alicates de anilhagem que servem para fechar a anilha metálica em torno da pata das aves, alicates de pontas para a colocação das combinações de anilhas coloridas, réguas para a medição da asa, ou craveiras para medição do bico e do tarso (pata) e balanças digitais para registar o peso. Utilizamos ainda guias para identificar, sexar e determinar a idade das aves e folhas de anilhagem onde registamos toda a informação.
W: Quantas aves foram capturadas nessa sessão?
Afonso Rocha: Durante a sessão capturámos 144 aves de 9 espécies: 66 pilritos-comuns, 5 pilritos-de-bico-comprido, 3 pilritos-pequeno, 56 seixoeiras, 1 rola-do-mar, 8 tarambolas-cinzentas, 3 pernas-vermelhas, 4 fuselos e 2 gaivotas-de-asa-escura. Todas estas aves, após a sua captura, são colocadas em sacos de pano e transportadas até ao local de anilhagem, onde aguardam pelo processamento em mangas. Estas mangas permitem que as aves sejam agrupadas por espécie e que estejam calmas, pois encontram-se numa posição natural com espaço para se moverem e no escuro sem verem o que se passa no exterior. As aves vão sendo retiradas das mangas para o seu processamento, e concluído o registo e das ultimas medidas, são libertadas o mais rapidamente possível num local aberto para possam levantar voo e irem ao encontro do “seu bando”.
W: Qual a importância de sabermos mais sobre a ecologia e os movimentos das aves do estuário do Tejo?
Afonso Rocha: As aves são bons indicadores da qualidade dos habitats e reagem rapidamente a alterações que surjam. A informação recolhida com o seu seguimento permite-nos conhecer melhor os requisitos ecológico da espécie, como os principais locais de alimentação e de refúgio ao longo da estadia no estuário. Este tipo de tecnologia produz dados robustos que nos permitem ainda interpretar as ameaças existentes, mas também projectar impactos futuros sobre as populações de aves e seus habitats decorrentes de projectos previstos para as margens do estuário, como o novo aeroporto de Lisboa ou empreendimentos turísticos.
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Fique a conhecer melhor aqui o mundo da anilhagem de aves limícolas.
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Os resultados do concurso anual organizado pela Wikimedia já são conhecidos. A Wilder falou com os autores das imagens premiadas, para eles recordarem o momento em que foram captadas.
A fotografia de dois abelharucos tirada em Pontes, na Reserva Natural do Estuário do Sado, Setúbal, arrecadou o primeiro lugar na categoria Vida Selvagem da competição Wiki Loves Earth 2023.
Hugo Marques, 44 anos, mestre e proprietário de uma empresa de observação de golfinhos no estuário do Sado, a Dolphin Bay, disse à Wilder que o local da fotografia premiada fica próximo de sua casa. “Foi num dos poucos dias em que estava de folga do trabalho, pois sempre que tenho tempo disponível tento fazer o ‘gosto ao dedo’ tirando fotografias de natureza.”
Ali na zona onde vive, Hugo costuma ver “muitas vezes” abelharucos, aves coloridas e migradoras que estão em Portugal desde finais de Março até Setembro. No entanto, “são poucas” as oportunidades para os fotografar, embora seja uma actividade que adora.
“Além de muito bonitos proporcionam fotos muito boas, seja em vôo ou pousados nos ramos das árvores. Normalmente trazem insectos para oferecer às fêmeas. É uma espécie de oferenda que os machos vão fazendo, com o intuito de ao fim de alguns ‘doces’ elas os deixarem depois acasalar.”
Já na categoria Paisagem do concurso deste ano, o primeiro lugar foi atribuído a André Moniz Vieira pela fotografia “Auréola no topo da montanha do Pico”, tirada na ilha do Pico, Açores.
André Moniz Vieira, que tem 28 anos e vive no Funchal, Madeira, explicou à Wilder que é fotógrafo profissional e proprietário de uma produtora de vídeo e fotografia no arquipélago, empresa que faz trabalhos comerciais e na área cinematográfica para todo o mundo.
“Tirei esta fotografia aquando de uma viagem de trabalho que fiz à ilha do Pico nos Açores em Maio de 2021”, descreveu André, acrescentando que essa deslocação teve objectivos profissionais, mas também uma meta pessoal: “Poder escalar a maior montanha de Portugal, a montanha do Pico”.
“Foi um desafio muito intenso mas extremamente recompensador, tinha contraído Covid-19 pela primeira vez na semana anterior à viagem e estava reticente se estaria em condições físicas” para isso, lembrou. Todavia, conseguiu chegar à cratera “em quatro horas”, onde o grupo pernoitou em tendas de campismo, e “a adrenalina de ter conseguido esta conquista pessoal foi tanta” que não conseguiu dormir a noite toda.
“Ao primeiro raio de sol”, subiram a última extensão da montanha e alcançaram o ponto mais alto. “Foi nesta altura que, ao deparar-me com toda aquela imensidão, pude reparar na auréola multicolor no topo da sombra triangular desta pirâmide natural, que desbrava as nuvens e empodera todos os montanhistas que a conquistam”, recordou à Wilder. “Com esta foto, comecei a olhar para as coisas de uma maneira mais esperançosa, convencendo-me de que nada é impossível.”
Já o segundo lugar na categoria Paisagem foi ganho por Nuno Luís, com a fotografia “Ninho ao luar”. A mesma imagem arrecadou a menção honrosa Troféu Oceanos, criada em 2022 por sugestão do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, parceiro do concurso. Esta menção honrosa distingue as fotografias de vida e habitats marinhos.
Nuno Luís, 49 anos, vive na Costa da Caparica e trabalha como consultor de sistemas de informação. Enquanto fotógrafo amador escreve também para a revista de fotografia Perspetiva, onde assina a coluna “Convergências”.
A imagem do ninho de cegonhas foi captada no Cabo Sardão, concelho de Odemira, “onde a paisagem é particularmente dramática e as cegonhas fazem os seus ninhos nos locais mais inesperados e inóspitos”, narrou Nuno Luís à Wilder. Nesse local com pouca luz e bastante isolado, optou por aproveitar “uma noite de lua cheia para fotografar este ninho em particular, que é um dos mais icónicos por estas paragens”. Assim, a luz que na imagem ilumina o ninho e o seu entorno é proveniente da lua, “talvez uma hora antes do seu ocaso”.
“O mar nesse dia estava especialmente revolto, em contraste com a cegonha e a sua cria, que imunes à bravura do mar, fitavam ao longe a linha do horizonte”, descreveu o fotógrafo. “Este momento retrata isso mesmo, a calmaria da cegonha e da sua cria em contraste com a paisagem agreste circundante.”
É pela possibilidade de presenciar esses instantes, aliás, que Nuno tem uma paixão por “retratar a época de nidificação da cegonha-branca ao longo da costa sul de Portugal continental”, de onde resultou esta imagem. Actualmente, prossegue com o projecto de fotografar o litoral do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. “Quanto mais visito este Parque, mais sinto que é um projeto que talvez nunca tenha um fim, uma vez que é um local que me surpreende a cada visita.”
Quanto aos restantes prémios, o terceiro lugar na categoria Paisagem foi entregue a uma imagem captada no Parque Natural da Serra de Estrela.
No âmbito do concurso, foram atribuídas menções honrosas a três fotografias, a primeira tirada no Estuário do Sado, e a segunda e terceira na Ria Formosa.
O objectivo do Wiki Loves Earth é “angariar fotografias de todo o património natural do mundo, sob uma licença livre, de modo a que fiquem acessíveis a todos no Wikimedia Commons e possam ilustrar os respectivos artigos enciclopédicos na Wikipédia”, explica a Wikimedia Portugal, associação sem fins lucrativos.
A fase nacional do concurso realizou-se em Portugal e também noutros países de forma independente, sendo premiadas, com prémios até 500 euros, as melhores fotografias nas categorias de Paisagem e de Vida Selvagem.
Numa segunda etapa, as 15 melhores imagens captadas em áreas protegidas de Portugal vão seguir para a próxima fase da competição, a nível internacional, onde concorrem com as melhores imagens de outras nacionalidades. No início de 2022, o fotógrafo português Luís Afonso venceu a etapa internacional, na categoria Paisagem.
O conteúdo Wiki Loves Earth Portugal: Conheça as histórias de três fotos vencedoras também está disponível em Wilder.
O fotógrafo subaquático francês Laurent Ballesta venceu, pela segunda vez, o grande prémio no Wildlife Photographer of the Year, com “The golden horseshoe”, uma imagem de um caranguejo-ferradura-tri-espinha (Tachypleus tridentatus) acompanhado por três peixes-rei-dourados (Gnathanodon speciosus).
Este ano estiveram a concurso 49.957 fotografias vindas de fotógrafos de 95 países. Os vencedores nas várias categorias e o grande vencedor foram revelados a 10 de Outubro à noite, numa cerimónia em South Kensington, Londres.
As fotografias vencedoras estarão expostas a partir de 13 de Outubro no Museu de História Natural de Londres.
O Wildlife Photographer of the Year 2023 foi entregue ao francês Laurent Ballesta pela sua fotografia “The golden horseshoe”. Os caranguejos-ferradura-tri-espinha sobreviveram durante mais de 300 milhões de anos mas hoje enfrentam as ameaças da destruição do seu habitat e da sobre-pesca. Esta espécie é capturada para fins alimentares e por causa do seu sangue azul, usado no desenvolvimento de vacinas.
Mas, nas águas protegidas da ilha Pangatalan, nas Filipinas, há esperança na sua sobrevivência.
“Ver um caranguejo-ferradura tão vibrantemente vivo no seu habitat natural, de uma forma tão bonita, foi espantoso”, comentou Kathy Moran, presidente do júri destes prémios. “Estamos a olhar para uma espécie antiga, muito ameaçada, e também crucial para a saúde humana. Esta fotografia é luminescente.”
Laurent é apenas o segundo fotógrafo nos 59 anos de história da competição a vencer duas vezes o primeiro prémio. A outra vez que foi distinguido foi em 2021 com a sua fotografia “Creation”, uma imagem de peixes da espécie Epinephelus polyphekadion – que vivem em recifes de corais e que estão classificados como Vulneráveis pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) – saindo de uma nuvem de ovos e esperma na região de Fakarava, na Polinésia Francesa.
Young Wildlife Photographer of the Year atribuído a israelita de 17 anos
Carmel Bechler, 17 anos, de Israel, venceu o Young Wildlife Photographer of the Year 2023 com a sua fotografia “Owls’ road house”, uma estrutura abandonada à beira de uma estrada com duas corujas-das-torres (Tyto alba) à janela. Usando o carro de família como abrigo fotográfico, Carmel aproveitou ao máximo a luz natural e tempos de exposição longos para captar as luzes dos carros que passavam.
Carmel tinha apenas 11 anos quando começou a fotografar a natureza e este é o seu primeiro prémio nesta competição anual. “Espero partilhar, com a minha fotografia, que a beleza do nosso mundo natural está por todo o lado, mesmo em sítios onde menos esperamos que esteja; apenas precisamos abrir os nossos olhos e a nossa mente”, disse Carmel, em comunicado.
“Esta fotografia tem tantas camadas em termos de conteúdo e de composição”, comentou Kathy Moran. “Grita simultaneamente ‘destruição de habitat’ e ‘adaptação’, impondo a pergunta: se a vida selvagem consegue adaptar-se ao nosso ambiente, por que não conseguimos respeitar o seu?”
Catalizadores da mudança
Os dois grandes vencedores foram escolhidos de entre 19 vencedores das várias categorias, que mostram a riqueza da diversidade da vida na Terra. “Num processo intensivo, cada fotografia foi avaliada de forma anónima por um painel internacional de especialistas pela sua originalidade, narrativa, excelência técnica e prática ética”, explicou o Museu de História Natural londrino.
“Ao mesmo tempo que inspiram para a beleza, as imagens vencedoras deste ano também apresentam provas convincentes do nosso impacto na natureza, tanto positivo como negativo”, disse Doug Gurr, director do Museu. “As promessas mundiais têm de se transformar em acções para mudar o rumo do declínio da natureza.”
Os prémios Wildlife Photographer of the Year começaram em 1965, numa iniciativa da revista BBC Wildlife Magazine, que na altura se chamava Animals. Nesse ano 500 fotografias foram a concurso. Desde então, o evento cresceu e, em 1984, o Museu de História Natural de Londres passou a estar envolvido no projecto. O grande objectivo é inspirar as pessoas para apreciarem e conservarem o mundo natural.
Aqui estão os vencedores nas restantes categorias:
Animals in their Environment: Amit Eshel (Israel)
Animal Portraits: Vishnu Gopal (Índia)
Behaviour, Birds: Hadrien Lalague (França)
Behaviour, Mammals: Bertie Gregory (Reino Unido)
Behaviour, Amphibians and Reptiles: Juan Jesús Gonzalez (Espanha)
Behaviour, Invertebrates: Sriram Murali (Índia)
Natural Artistry: Rachel Bigsby (Reino Unido)
Oceans, the bigger picture: Lennart Verheuvel (Países Baixos)
Plants and fungi: Agorastos Papatsanis (Grécia)
Underwater: Mike Korostelev (Rússia)
Urban wildlife: Knut-Sverre Horn (Noruega)
Wetlands, The bigger picture: Joan de la Malla (Espanha)
Photojournalism: Fernando Constantino Martínez Belmar (México)
Photojournalism Story Award: Karine Aigner (Estados Unidos)
Rising Star Portfolio Award: Luca Melcarne (França)
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Se você olhou para o céu em algum lugar do Brasil, ou do mundo, na noite passada e sem nuvens de chuva, deve ter notado que nosso satélite estava diferente. Na última sexta-feira (29) tivemos a Superlua da Cholheita, que é a lua cheia de setembro justamente quando o nosso satélite alcança o ponto de perigeu.
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Traduzindo, o ponto de perigeu é o local onde a lua e a Terra estão mais próximas. Por conta disso, neste momento chamamos de Superlua e podemos ter a sensação de que o astro está maior – e ele está visivelmente grande mesmo. Em números, este acontecimento deixa o satélite natural 14% mais largo e 30% mais brilhante no céu.
Como a internet é uma fonte infinita de informação, também conseguimos traçar uma linha de observação para quem conseguiu não só ver a Superlua deste mês, mas também registrar o momento com um equipamento competente para isso. Eu tentei em São Paulo, mas o clima não ajudou com o céu nublado por dias seguidos.
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Os vencedores do Bird Photographer of the Year 2023 acabam de ser revelados. O primeiro prémio foi para Jack Zhi, fotógrafo que esteve quatro anos à espera de conseguir captar o momento em que um falcão-peregrino ataca um pelicano, no Sul da Califórnia.
O grande vencedor, o norte-americano Jack Zhi, conseguiu captar o momento em que uma fêmea de falcão-peregrino atacou um pelicano que se aproximou demasiado do seu ninho.
“Durante quatro anos tentei captar o raro vislumbre de uma fêmea de falcão a atacar um grande pelicano, com uma agilidade e velocidade incríveis”, comentou, em comunicado, Jack Zhi. “Adoro os olhos do pelicano nesta imagem, surpreendidos e assustados. A acção foi rápida e num piscar de olhos. Mas irá ficar para sempre na minha memória.”
Fotógrafos de todo o mundo submeteram mais de 20.000 imagens nesta competição, que vai na sua 8ª edição; o grande prémio tem o valor de 5.000 libras (5.842 euros).
“Cada imagem é um testemunho do imenso talento dos nossos fotógrafos e uma lembrança da beleza impressionante das aves”, comentou Will Nicholls, director do Bird Photographer of the Year.
“O fantástico calibre destas fotografias envia uma mensagem crucial: que sejamos campeões da causa da conservação para que as gerações futuras se possam maravilhar com os animais inspiradores por detrás destas extraordinárias imagens.”
O Young Bird Photographer of the Year 2023 foi para o fotógrafo alemão de 17 anos Anton Trexler pela sua imagem da silhueta de um melro à luz da Lua.
Este ano, a competição doou 5.000 libras (5.842 euros) à organização Birds on the Brink, que presta financiamento para projectos de conservação em todo o mundo. O grande objectivo da iniciativa, dedicada à paixão pela fotografia nesta área da História Natural, é ser “uma celebração da beleza e diversidade das aves”, explicam os organizadores.
Os fotógrafos competiram em oito categorias: Best Portrait, Birds in the Environment, Bird Behaviour, Birds in Flight, Black and White, Urban Birds, Conservation (Single Image) e Comedy Bird Photo. Também houve outros três prémios nas áreas da Conservação, Portfolio e Vídeo.
Todas as imagens premiadas serão publicadas em livro que estará disponível no site do concurso.
A edição de 2024 já está aberta a submissão de fotografias.
Conheça agora os outros vencedores, por categoria:
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Esta mostra inédita em Portugal junta as melhores imagens que têm sido premiadas no âmbito do concurso internacional Comedy Wildlife Photography Awards.
Um peixe sorridente, um macaco cantor, uma tartaruga maldisposta, um esquilo super-herói, um leão trapalhão. Estes são exemplos das cerca de 150 fotografias cómicas da vida selvagem que estão numa exposição aberta ao público no Centro Português de Fotografia (CPF), no Porto, até ao próximo dia 29 de Outubro.
Além de nos colocarem um sorriso na cara, estas imagens e as muitas espécies que representam têm ainda outros objectivos: “São também uma forma de nos dar a conhecer a extraordinária diversidade da vida no nosso planeta, e de nos alertar para a grave crise que esta atravessa”, explica uma nota de imprensa dos organizadores desta nova mostra, que chega agora a Portugal pelas mãos de uma parceria entre a empresa de eventos culturais Terra Esplêndida, o Comedy Wildlife Photography Awards e o CPF.
O concurso internacional que está na origem destas imagens internacionalmente reconhecidas nasceu em 2015, quando dois fotógrafos de vida selvagem, Tom Sullam e Paul Joynson-Hicks, criaram o prémio de fotografia “The Comedy Wildlife”. O principal objectivo foi desde sempre “chamar a atenção para a conservação ambiental de uma forma única: através do humor.”
E como uma das principais preocupações foi desde sempre chamar a atenção para a necessidade de conservar a vida selvagem, as imagens que estão em exposição “são extremamente populares” e apelam “a todas as idades”, sublinha a organização. Acima de tudo, “transmitem uma forte mensagem sobre a importância da sustentabilidade ambiental e da proteção das espécies ameaçadas”.
Nesta linha, está previsto que tanto o prémio como a exposição do concurso apoiam instituições que se dedicam à protecção dos animais. Assim, parte das receitas de bilheteira desta mostra que está no Porto vão ser entregues à SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
Em 2022, na oitava edição, o concurso – que está aberto tanto a profissionais como a amadores – recebeu cerca de 5000 imagens vindas de 85 países. Este ano, a fase de inscrições e de envio de fotografias ainda está aberta, com conclusão prevista para dia 23 de Agosto.
Saiba mais.
Sobre preços e horários, veja mais informação no site do Centro Português de Fotografia.
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Um ususário do Twitter resolveu usar a inteligência artificial para gerar imagens que correspondam ao estereótipo de cidadãos de 30 diferentes países. Ele compartilhou o resultado do trabalho no Twitter e o post rapidamente viralizou, atingindo quase 4 milhões de pessoa.
O twitteiro, que se identifica na rede social apenas como Medeiros, explicou aos seus seguidores que, primeiro, pediu que o ChatGPTdescrevesse o cidadão de cada um dos 30 países. “Achei engraçado que o único país que a IA especificou que tinha que estar sorrindo foi o Brasil”, comentou, sobre o fato de a tecnologia ter reproduzido o clichê de “povo alegre” brasileiro.
Em seguida ele lançou os dados na plataforma Midjourney, especificando que a imagem deveria ser “feita” com uma determinada câmera, a Kodak Portra 400.
Embora muitas pessoas tenham elogiado a iniciativa de Medeiros, muitos outro usuários do Twitter apontaram a importância de refletir criticamente à respeito do que havia sido gerado pela tecnologia. Por exemplo, pelo fato de ignorar a diversidade de etnias e culturas de cada localidade.
“[A brasileira] É maravilhosa sim, mas eu acho impossível achar um(a) brasileiro(a) típico(a). A gente tem várias etnias misturadas”, escreveu uma seguidora. “Engraçado que todos poderiam ser brasileiros”, disse outra.
Também houve quem ponderasse que um estereótipo não representa necessariamente o perfil típico do cidadão do país. “O estereótipo da Irlanda parece muito com o que eu achei que veria morando aqui, mas o padrão que vejo é bem diferente”, afirmou um internauta.
Confira abaixo as imagens que viralizaram nas redes sociais:
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Redação Conti Outra, com informações d’O Globo.
Imagens: Reprodução/Twitter @rdfmedeiros
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A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente no nosso cotidiano, conseguindo ajudar desde a tarefa mais complexa, até a mais simples. Desde que se popularizou, a IA é bastante usada para o entretenimento, quando surgiram diversas plataformas e sites que permitem gerar imagens.
No ano passado, um dos aplicativos que mais se popularizou no Brasil foi o Lensa, que virou trend por usar fotografias da pessoa para transformá-la em um avatar digital, como personagem de animação ou game. Na época, era possível ver pessoas comuns e famosas usando o app para gerar as imagens criativas, e usá-las nas redes sociais.
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Neste mês, uma nova possibilidade que permite o uso da IA com fim divertido foi lançada: a plataforma de edição multimídia PicsArt lançou uma ferramenta inédita, que permite a criação de GIFs, através do uso da tecnologia.
Anteriormente, já haviam sido lançadas ferramentas parecidas, como o popular DALL-E, da OpenAi. Porém, o diferencial do PicsArt e o que o fez ganhar destaque é a possibilidade de gerar animações, e não somente imagens estáticas.
A equipe de pesquisa em IA da PicsArt trabalhou na iniciativa, criando o modelo de código aberto há alguns meses. Segundo eles, esse sistema é o primeiro implementado por uma plataforma de edição de imagens.
Apesar da tecnologia ser muito bem recebida por grande parte das pessoas, que gostam de ver as possibilidades que ela é capaz de criar, há quem critique o seu uso, alegando que isso pode tirar o trabalho de pessoas que fazem esse tipo de arte, de forma manual.
De qualquer forma, é sempre bom saber como usar essas ferramentas, pois podem ser úteis em momentos específicos e de necessidade imediata. Confira como criar seu GIF no PicsArt abaixo.
De forma geral, o processo para criar GIFs no PicsArt é bem simples. A ferramenta converte textos em animação, então, para usar a nova funcionalidade basta digitar no app qualquer comando que você quiser, em uma frase simples e de poucas palavras. Após alguns segundos, você terá um GIF com as instruções solicitadas.
Praticamente é possível pedir qualquer cena, por mais aleatória que seja, como um gato passando por um portal dimensional. Além disso, também é possível usar o aplicativo para editar a imagem criada, adicionando filtros, por exemplo, e fazer o download.
Contudo, é importante lembrar que os GIFs gerados no PicsArt não são realistas, já que são feitos como uma animação, com diversos estilos disponíveis, sem imitar a forma humana.
O aplicativo pode ser usado de forma gratuita, mas algumas funções estão disponíveis apenas para contas premium. Além disso, é possível usar a ferramenta pelo computador, no navegador, ou no celular, baixando o app pelo Android ou iOS.
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a lua cheia de junho chegou no fim de semana, mais precisamente no início da madrugada de sábado (3) para domingo (4), às 0h43 (pelo horário de Brasília). Particularmente este mês, ela é chamada de “Lua de Morango”.
Entre as fotos mais incríveis compartilhadas nas redes sociais, está uma sequência obtida por Leonardo Sens. Ele conseguiu capturar a lua cheia harmoniosamente posicionada sobre o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Segundo uma postagem feita pelo fotógrafo no Instagram, o registro (repercutido por diversas outras contas desta e de outras plataformas na internet) foi obtido a partir da praia de Icaraí, em Niterói, às 06h28 da manhã de domingo.
Embora a denominação “de Morango” pareça indicar uma mudança na coloração do satélite natural da Terra, o apelido está relacionado, na verdade, ao período de colheita de morangos nos EUA, e foi escolhido por povos nativos que iam para o campo para o plantio de frutas, verduras e legumes – segundo o Old Farmer’s Almanac (Almanaque do Velho Fazendeiro), uma das publicações mais tradicionais do país voltadas à vida no campo.
Luas cheias de 2023:
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Além das belíssimas fotos da lua cheia sobre o Cristo Redentor, muitas outras capturas da “Lua de Morango” foram publicadas no Instagram, feitas a partir de diversos locais ao redor do mundo.
No Brasil, por exemplo, também repercutiu uma imagem obtida pelo fotógrafo oficial da Presidência da República, Ricardo Stuckert, que mostra a Lua no Palácio do Planalto.
A região sul do país também foi um excelente cenário para fotos da “Lua de Morango”. Abaixo, imagens obtidas, respectivamente, a partir do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Os registros seguintes foram feitos nos EUA, México, Chile e Alemanha.
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