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Calisto, lua de Júpiter, tem muito mais oxigênio do que se pensava

Por Flavia Correia — 14 de Setembro de 2023, 21:56

Um artigo recém-publicado na revista científica JGR Planets revela que a lua mais distante de Júpiter, Calisto, que também é a segunda maior do planeta e terceira maior do Sistema Solar, tem muito mais oxigênio do que se estimava – e os astrônomos não conseguem explicar por quê.

Depois que a sonda Pioneer 10, da NASA, identificou plasma intenso na magnetosfera de Júpiter, era esperado encontrar um pouco de oxigênio por lá. Experimentos foram conduzidos para determinar o efeito desse plasma nas luas geladas Europa, Ganimedes e Calisto, concluindo que a espessa atmosfera desse corpo contém uma quantidade absurdamente alta desse gás.

Lua Calisto
Calisto é o segundo maior satélite natural de Júpiter e o mais distante do planeta, além de ser a terceira maior lua do Sistema Solar. Crédito: JPL/Nasa

No entanto, quando essa taxa foi analisada pelos autores do novo estudo, eles descobriram que o magnetismo de Júpiter não consegue explicar totalmente a quantidade de oxigênio molecular ao redor de Calisto.

“Há uma enorme discrepância”, disse Shane Carberry Mogan, principal autor da pesquisa. “Estávamos fora por algo como duas ordens de magnitude a até três ordens de magnitude”. Para os leigos: isso significa que há de 100 a mil vezes mais oxigênio molecular na atmosfera de Calisto do que os cientistas esperariam encontrar se a magnetosfera de Júpiter fosse a única fonte.

Leia mais:

A lua Calisto, de Júpiter, pode ser habitável?

Essa descoberta pode parecer um ponto positivo para a possibilidade de Calisto ser habitável, mas aquele mundo provavelmente é frio demais para a vida como a conhecemos. 

Sendo assim, o oxigênio abundante pode ser útil para os exploradores futuros, que podem ser capazes de usá-lo para combustível e suporte de vida enquanto viajam pelo espaço profundo.

Mogan, que é pesquisador de pós-doutorado em ciência planetária na Universidade da Califórnia em Berkeley, espera obter uma melhor compreensão dos processos ativos na superfície da lua Calisto que possam explicar o nível tão alto de oxigênio lá detectado.

Para ajudar a solucionar o mistério, ele aguarda as futuras missões robóticas ao planeta, como os orbitadores Juice, da Agência Espacial Europeia (ESA), e Europa Clipper, da NASA, que podem se aproximar o suficiente de Calisto para coletar novos dados capazes de elucidar a questão.

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A vida fora da Terra pode estar em Encélado, lua de Saturno?

Por Marcelo Zurita — 26 de Agosto de 2023, 00:39

Marcelo Zurita revela os segredos e os mistérios de Encélado, uma das luas de Saturno, que é candidata a abrigar vida

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James Webb detecta maior jato de fonte termal da lua Encélado

Por Flavia Correia — 31 de Maio de 2023, 14:22

Na última semana, o Olhar Digital noticiou que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) dedicou um tempo de observação para examinar uma das características mais incríveis da lua Encélado, de Saturno: suas impressionantes fontes termais que disparam colunas de água quente e vapor para o ar – os chamados “gêiseres”.

Esse atributo foi observado pela primeira vez em Encélado em 2005, pela sonda Cassini, da NASA, que registrou jatos de gêiser saindo de fissuras semelhantes a “faixas de tigre” perto do polo sul da lua.

De acordo com os cientistas responsáveis pela missão, alguns desses jatos jorravam 200 kg de vapor d’água por segundo, com algumas partículas chegando a se tornar parte dos anéis de Saturno.

Uma década de dados da missão Cassini forneceu evidências de um oceano líquido profundo dentro da crosta gelada de Encélado, escapando para o espaço através de um “criovulcanismo” contínuo. Como um lugar tão pequeno e frio pode sustentar tanta atividade geológica tem sido um enigma científico contínuo.

Considerando que, segundo estudos, Encélado apresenta ingredientes necessários para sustentar a vida – pelo menos os que conhecemos – isso significa que uma amostra das plumas dos gêiseres é algo realmente precioso para a ciência.

Nesta imagem, o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, mostra uma pluma de vapor de água jorrando do polo sul da lua Encélado, de Saturno, estendendo-se 20 vezes o tamanho da própria lua. No detalhe, uma captura da sonda Cassini, enfatizando como Encélado é pequena em comparação com o jato que ela mesma ejetou. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI e G. Villanueva (Goddard Space Flight Center da NASA). Processamento de Imagens: A. Pagan (STScI).

Leia mais:

Telescópio James Webb pode ver além do que a Cassini foi capaz

É bem possível que evidências de atividade biológica possam estar contidas nas plumas, algo que a sonda Cassini não foi capaz de identificar, por não ter sido projetada para isso (já que não se sabia da existência dessa atividade).

Com o Webb, as coisas mudaram. Posicionado muito mais distante de Saturno do que o falecido orbitador, o telescópio espacial, usando apenas 4,5 minutos de seu precioso tempo, revelou uma coluna muito maior do que a Cassini poderia detectar, estendendo-se muito mais para o espaço do que o diâmetro de Encélado, que é de 504,2 km.

Quando o anúncio foi feito à revista Nature pela astrofísica Sara Faggi, pesquisadora de Pós-Doutorado do Centro de Astrobiologia Goddard, da NASA, na Divisão do Sistema Solar, ela revelou que as observações foram descritas em um artigo científico que traria, entre outras informações, o volume de água liberado pela pluma detectada pelo Webb e sua temperatura, além de especificar exatamente o tamanho do jato. 

Agora, finalmente, o mistério acabou – e os detalhes são realmente surpreendentes. O artigo, que foi aceito para publicação pela Nature Astronomy e tem uma versão pré-impressão disponível no site da NASA, relata que:

  • o jato se estende por mais de 6 mil km (o equivalente à distância entre Los Angeles, Califórnia, nos EUA, até Buenos Aires, na Argentina, e a 20 vezes o diâmetro de Encélado);
  • a velocidade com que o vapor de água jorra é de 300 litros por segundo;
  • cerca de 30% do volume fica em um rastro de água em forma de rosquinha deixado pela lua enquanto orbita Saturno (denominado “toro”), e os outros 70% escapam para abastecer o resto do sistema aquífero do planeta.

Segundo a NASA, as observações de Encélado feitas por Webb foram concluídas na etapa 1250 do programa “Observação de Tempo Garantido” (GTO). O objetivo inicial desse programa é demonstrar as capacidades do telescópio em uma área específica da ciência e preparar o terreno para estudos futuros.

“Este programa foi essencialmente uma prova de conceito depois de muitos anos de desenvolvimento do observatório, e é simplesmente emocionante que toda essa ciência já tenha saído de um curto período de tempo de observação”, disse Heidi Hammel, da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia, cientista interdisciplinar do Webb e líder do programa GTO.

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