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Fonte dos ventos solares pode finalmente ter sido descoberta

Por Mateus Dias — 29 de Agosto de 2023, 21:26

O Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA) detectou uma série de jatos curtos e pouco energéticos sendo expelidos por buracos coronais na atmosfera superior do Sol. Essa observação pode finalmente ajudar pesquisadores a entender a origem dos ventos solares.

Os ventos solares são fluxos de plasma emitidos pelo Sol em alta velocidade que podem preencher o espaço interplanetário. Esse fenômeno já foi anteriormente ligado aos buracos coronais, mas como eles exatamente se originam, tem sido um mistério.

Os jatos curtos e pouco energéticos também são chamados picojatos, cada um deles dura de 20 a 100 segundos e expelem plasma a cerca de 100 quilômetros por segundo. Eles foram observados a partir do instrumento Extreme Ultraviolet Imager (EUI) do Solar Orbiter, em imagem do polo sul do Sol, realizados no dia 30 de março de 2022. As imagens foram divulgadas com um novo estudo no dia 24 de agosto de 2023 na revista Science.

Pequenos jatos de plasma são vistos escapando do Sol (Credito: Solar Orbiter/ ESA)

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Jatos energéticos e os ventos solares

Até então, sabia-se que os ventos solares provinham de regiões da coroa solar onde as linhas do campo magnético do Sol ao invés retornarem para dentro elas se estendiam para fora, proporcionando um caminho para as rajadas de plasma caminharem pelo sistema solar. Mas a questão era como o plasma era lançado desses buracos.

Agora, com as novas imagens da Solar Orbiter, pode-se observar que as partículas ionizadas são expelidas da atmosfera solar, com cada jato liberando uma pequena quantidade de plasma. Isso aponta que o vento solar provavelmente não tem um fluxo tão contínuo e constante como se pensava.

Um dos resultados aqui é que, em grande medida, este fluxo não é realmente uniforme, a onipresença dos jatos sugere que o vento solar dos buracos coronais pode originar-se como um fluxo altamente intermitente.

Andrei Zhukov, coautor da pesquisa, em comunicado.

Acredita-se que cada um dos jatos são uma fonte de energia e matéria para os ventos solares, com eles se formando a partir da reconexão magnética que libera uma grande quantidade de energia.

A órbita do Solar Orbiter atualmente se encontra na região do equador do Sol, fazendo com que esse evento que aconteceu no polo sul fosse observado de lado. Mas em breve a trajetória feita pela sonda irá começar a se inclinar em direção às regiões polares, ao mesmo tempo que o ciclo de onze anos do Sol irá progredir. Isso fará com que buracos coronais surjam em diferentes latitudes e possibilite uma perspectiva única desses eventos.

É mais difícil medir algumas das propriedades destes pequenos jatos quando os vemos de lado, mas dentro de alguns anos, iremos vê-los a partir de uma perspectiva diferente da de qualquer outro telescópio ou observatório, pelo que juntos deverão ajudar muito

Daniel Müller, cientista da ESA no projeto Solar Orbiter.

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Erupção solar do tipo mais violento atinge a Terra e interrompe comunicação por rádio

Por Flavia Correia — 3 de Julho de 2023, 19:23

Conforme noticiado pelo Olhar Digital na sexta-feira (30), uma mancha solar voltada para a Terra cresceu tão rapidamente no decorrer da semana que chegou a 10 vezes o tamanho do nosso planeta. Com isso, o fim de semana trazia altíssimo risco de ocorrência de explosões de classe X – o tipo mais violento de erupção solar.

E tudo aconteceu exatamente conforme o previsto pela NASA, com base nas capturas feitas pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), que acompanhou a evolução da mancha solar AR3354 desde o surgimento, na última terça-feira (27).

Segundo um comunicado emitido pela agência nesta segunda-feira (3), essa colossal e crescente região ativa do Sol explodiu no domingo (2), às 20h14 (pelo horário de Brasília), produzindo uma erupção solar de longa duração da classe X.1, que foi registrada pelo SDO.

The Sun emitted a strong solar flare on July 2, 2023, peaking at 7:14pm ET. NASA’s Solar Dynamics Observatory captured an image of the event, which was classified as X1.0: https://t.co/wc4wEGkZTc pic.twitter.com/djYJ4VsTzi

— NASA Sun & Space (@NASASun) July 3, 2023

Como estava voltada para a Terra, a radiação da explosão ionizou o topo da atmosfera, o que provocou uma interrupção momentânea nas comunicações por rádio. Aviadores, navegadores e operadores de rádio amador localizados no oeste dos EUA e no Oceano Pacífico podem ter notado perda de sinal por até 30 minutos após o disparo do flare.

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O que é uma erupção solar de classe X

O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar, e está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25. Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas.

No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia. À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento.

De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela. Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.

“A classe X denota as chamas mais intensas, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força”, explicou a agência em um comunicado. “Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. Sinalizadores classificados como X10, os mais fortes, são incomumente intensos”.

Em média, erupções solares dessa magnitude ocorrem cerca de 10 vezes por ano e são mais comuns durante o máximo solar (período de maior atividade) do que o mínimo solar (período de menor atividade). Se a explosão solar for eruptiva e ocorrer perto do centro do disco solar voltado para a Terra, ela pode causar uma forte e duradoura tempestade solar e liberar uma ejeção de massa coronal significativa que pode causar uma tempestade geomagnética de grau severo (G4) a extremo (G5) no planeta.

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