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James Webb registra estrela “fracassada” que não deveria existir

Por Lucas Soares — 13 de Dezembro de 2023, 19:47

O Telescópio James Webb fez um registro incrível da que já está sendo considerada a menor anã marrom descoberta até hoje. Chamadas de estrelas “fracassadas”, esses astros não são grandes o suficiente para gerarem energia com fusão nuclear, como as estrelas comuns.

O que você precisa saber?

  • James Webb encontrou uma anã vermelha extremamente pequena;
  • A estrela “fracassada” desafia os astrônomos;
  • Uma molécula contendo átomos de hidrogênio e de carbono também foi achada.

A estrela em questão, identificada pela Universidade Estadual da Pensilvânia, possui entre três e quatro vezes a massa de Júpiter, um tamanho bem grande para um planeta, mas muito pequeno quando comparado com estrelas.

O objetivo da pesquisa é justamente tentar descobrir qual o menor tamanho que um objeto astronômico precisa ter para ser considerado uma estrela. “ Uma pergunta básica que você encontrará em todos os livros de astronomia é: quais são as menores estrelas? É isso que estamos tentando responder ”, explicou o autor principal, Kevin Luhman.

Para isso, os cientistas focaram no  aglomerado estelar IC 348, localizado a cerca de 1000 anos-luz de distância, na região de formação estelar de Perseu. Este aglomerado é jovem, com apenas cerca de cinco milhões de anos. Como resultado, quaisquer anãs marrons ainda seriam relativamente brilhantes na luz infravermelha, brilhando devido ao calor de sua formação.

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James Webb fundamental na identificação da estrela

Foi aí que os instrumentos do James Webb entraram em ação. Primeiramente foi usada a NIRCam (Near-Infrared Camera) do telescópio para identificar candidatas a anãs marrons a partir de seu brilho e cores. Depois, os alvos mais promissores foram acompanhados com o NIRSpec (Near-Infrared Spectrograph).

O processo levou à descoberta da estrela, tão pequena a ponto de ser um desafio explicar sua formação. Uma nuvem pesada e densa de gás tem gravidade suficiente para entrar em colapso e formar uma estrela. No entanto, devido à sua gravidade mais fraca, deveria ser mais difícil para uma pequena nuvem colapsar e formar uma anã marrom, e isso é especialmente verdadeiro para anãs marrons com massas de planetas gigantes.

Ilustração 3D do Telescópio Espacial James Webb. Crédito: Jacques Dayan – Shutterstock

“É muito fácil para os modelos atuais criar planetas gigantes num disco em torno de uma estrela ”, disse Catarina Alves de Oliveira da ESA, investigadora principal do programa de observação. “Mas neste aglomerado, seria improvável que este objeto se formasse em um disco, formando-se como uma estrela, e três vezes a massa de Júpiter é 300 vezes menor que o nosso Sol. Portanto, temos que perguntar: como funciona o processo de formação estelar em massas tão pequenas?”.

Para completar a intrigante pesquisa, Duas das anãs castanhas identificadas nesta pesquisa mostram a assinatura espectral de um hidrocarboneto não identificado, uma molécula contendo átomos de hidrogênio e de carbono. A mesma assinatura infravermelha foi detectada pela missão Cassini da NASA nas atmosferas de Saturno e de sua lua Titã. Também foi visto no meio interestelar, o gás entre as estrelas.

“Esta é a primeira vez que detectamos esta molécula na atmosfera de um objeto fora do nosso Sistema Solar ”, explicou Alves de Oliveira. “ Os modelos para atmosferas de anãs marrons não prevêem a sua existência. Estamos olhando para objetos com idades mais jovens e massas mais baixas do que nunca, e estamos vendo algo novo e inesperado”.

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Confira o Olhar Digital News na íntegra

Por Júlia Dal Rovere — 14 de Setembro de 2023, 23:46

NASA divulga relatório oficial sobre OVNIs

Nesta quinta-feira, a NASA divulgou um estudo independente focado em medidas que a agência pode tomar para ajudar o governo dos Estados Unidos a compreender os avistamentos de OVNIs – ou UAPs, na nova nomenclatura adotada.

Inteligência Artificial pode ter consciência?

As inteligências artificiais têm a real capacidade de pensar, ou melhor, raciocinar como humanos? Elas têm consciência? Essas questões são tema de debate entre diversos pesquisadores de IA atualmente. Um estudo recente descobriu que as tecnologias atuais têm uma “consciência situacional”. E para entender melhor esse assunto, recebemos o Álvaro Machado Dias, pós-doutor em neurociências e professor da Unifesp.

Seu Direito Digital: Leandro Alvarenga tira dúvidas dos nossos leitores e espectadores

Vazamento de dados, golpe com empresas de entrega por aplicativo e golpistas se passando por atendentes de banco por telefone. O advogado Leandro Alvarenga explicou o que fazer e como se proteger em situações como essas.

Verão no hemisfério norte bateu recorde de temperaturas altas

O verão no hemisfério norte em 2023 foi o mais quente da Terra desde que os registros globais começaram, em 1880. Essa informação foi dada pela NASA nesta quinta-feira. Os meses de junho, julho e agosto combinados foram 0,23º Celsius mais quentes do que qualquer outro verão registrado pela agência espacial – e 1,2º Celsius mais quentes do que a média do verão entre 1951 e 1980.

Nova plataforma romete ajudar músicos com IA

O Stable Audio é uma nova plataforma de inteligência artificial generativa lançada pela Stability AI. Ela usa o mesmo modelo do Stable Diffusion para criação de músicas e sons. Na versão gratuita, o usuário pode gerar até 20 faixas com no máximo 45 segundos de duração. Já a assinatura Pro permite criar até 500 faixas de 90 segundos, que podem ser usadas em projetos comerciais.

James Webb poderia detectar vida na Terra se estivesse em outro sistema estelar

O Telescópio Espacial James Webb, além de investigar o universo primitivo, também tem como objetivo observar a atmosfera de exoplanetas próximos a fim de encontrar vida. Agora, um novo estudo sugere que, se ele estivesse a dezenas de anos-luz de distância daqui e olhando para a Terra, conseguiria encontrar sinais da nossa civilização.

Essas e outras informações sobre o mundo da tecnologia você encontra o Olhar Digital News. Acompanhe!

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Filme que tem feito sucesso na Netflix recicla fórmula de programa extinto da Globo

Por Felipe Souza — 9 de Setembro de 2023, 13:40

Se você tem mais de 30 anos, certamente se lembra do clássico programa ‘Você Decide’, exibido na grade da rede Globo entre 1992 e 2000. Na era pré-internet, a atração inovava ao apresentar uma teledramaturgia não seriada que tinha como principal atrativo uma inédita proposta de interatividade. Em cada episódio, o público era apresentado a uma trama ficcional que propunha um dilema irresistível e era instigado a fazer uma ligação 0800 para escolher uma entre as duas opções de caminhos a serem seguidos pelo protagonista da trama. Ao final do programa, a escolha mais votada pelo público determinava o desfecho da história.

O Você Decide foi extinto há mais de 20 anos, mas os órfãos do programa tem agora uma nova chance de matar a saudade do formato. Isso porque a Netflix lançou recentemente o filme interativo ‘As Escolhas do Amor’, que assim como a saudosa atração da Rede Globo, coloca o público no comando da história. É claro que os tempos saõ outros, então a proposta de interatividade segue o imediatismo que a era das redes sociais pede. Como em um vídeo game, o espectador define o final da trama com apenas um clique.

A Netflix já havia testado o formato antes, através da série ‘Black Mirror: Bandersnatch’, sobre a qual falamos à época no texto que você lê clicando AQUI. A diferença para o produto recém-lançado é que trata-se agora de um filme de 1h17m muito menos pretensioso e que requer bem menos paciência do seu público. Aqueles que escolherem ver todos os 6 finais possíveis para a história, o farão sem encontrar muita dificuldade, visto que há um claro aprimoramento da tecnologia usada pelo streaming para proporcionar a experiência interativa.

A trama de ‘As Escolhas do Amor’ não escapa dos conhecidos clichês que fizeram o sucesso das mais clássicas comédias românticas do cinema. A protagonista é a engenheira de som Cami, interpretada pela encantadora Laura Marano (O Date Perfeito). Com uma vida estável e já tendo alcançado importantes metas na vida, Cami agora planeja se casar e ter filhos com o namorado de longa data, Paul. No entanto, ela sente que tem algo faltando, apesar de não conseguir dizer o quê.

Na pele dos três pretendentes de Cami estão os atores Ava Jogia (Victorious), Jordi Webber (Power Rangers- Aço Ninja) e Scott Michael Foster (Greek). Completam o elenco Megan Smart, Benjamin Hoetjes, Nell Fisher e Blair Strang. A direção é de Stuart McDonald, conhecido pelas séries ‘Crazy Ex-Girlfriend’ (2015) e ‘Black-ish’ (2014). O roteiro é assinado por Josann McGibbon.

Veja abaixo o trailer de “As Escolhas do Amor”.

 

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James Webb captura imagem impressionante da Galáxia Redemoinho

Por Mateus Dias — 29 de Agosto de 2023, 19:45

O Telescópio Espacial James Webb captou recentemente imagens da Galáxia Redemoinho. Também conhecida como M51, ela possui braços espirais proeminentes e bem desenvolvidos, classificando-a como uma espiral de grande design.

A imagem divulgada pela Agência Espacial Europeia (ESA) foi obtida pelos instrumentos Near-InfraRed Camera (NIRCam) e Mid-InfraRed Instrument (MIRI) do James Webb. As regiões avermelhadas representam a poeira quente intergalática e a luz refletida por elas. Já as laranjas e amarelas mostram o gás ionizado pelas estrelas recém-formadas.

Galáxia Redemoinho ou M51 captura pelo JWST
Galáxia Redemoinho ou M51 captura pelo JWST (Credito: ESA/Webb, NASA & CSA, A. Adamo (Universidade de Estocolmo) e a equipe FEAST JWST)

A observação da M51 faz parte da campanha Feedback de Aglomerados Estelares Emergentes Extragalácticos (FEAST), que visa observar a interação entre o fluxo de energia estelar no ambiente e a formação de estrelas em outras galáxias, com o objetivo de encontrar berçários estelares no universo.

Antes do James Webb, observatórios como o Atacama Large Millimeter Array, localizado no Chile, e o Telescópio Espacial Hubble, permitiam que fossem observadas apenas os estágios mais iniciais da formação estelar, a partir de densas nuvens de poeira e gás, ou depois de sua formação, quando toda nuvem já havia sido consumida. Agora o JWST permite que os astrônomos observem a lacuna existente entre os dois estágios e tenham uma compreensão melhor sobre o ciclo de formação de estrelas, planetas e anãs marrons.

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Sobre a galáxia M51

A Galáxia Redemoinho está localizada a cerca de 27 milhões de anos-luz da Terra na constelação dos Cães de Caça e bem próxima a ela existe a galáxia anã NGC 5195. As interações gravitacionais entre as vizinhas chamam muita atenção dos astrônomos e fazem delas as formações galácticas mais estudadas do céu noturno.

Acredita-se que a força gravitacional que a NGC 5195 exerce sobre a M51 seja a responsável pelos braços destinos e proeminentes da galáxia espiral de grande design.

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De tirar o fôlego! James Webb capta ótima imagem de galáxia originada há 500 milhões de anos

Por Rodrigo Mozelli — 6 de Julho de 2023, 03:44

O telescópio James Webb capturou imagem mais nítida da galáxia NGC 3256 – resultado da colisão frontal de duas antigas galáxias há 500 milhões de anos.

Em 2008, o saudoso telescópio Hubble captou foto da mesma galáxia, mas, como sua tecnologia era inferior, não víamos a NGC 3256 tão nítida como agora.

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Características da NGC 3256

  • As espirais da galáxia, retorcidas, se devem a acidente cósmico, no qual duas galáxias se chocaram e formaram a NGC 3256;
  • Segundo os astrônomos, isso se deu há cerca de 500 milhões de anos;
  • A galáxia tem o mesmo tamanho de nossa queria casa, a Via-Láctea, e fica a cerca de 120 milhões de anos-luz da Terra, na constelação Vela;
  • As regiões vermelhas e laranjas espalhadas contém estrelas jovens criadas no momento da colisão;
  • A câmera infravermelha do James Webb absorve luz infravermelha, originada de pequenos grãos irradiados pela NGC 3256.

Diferenças entre as imagens do James Webb e do Hubble

Enquanto temos os detalhes nítidos citados acima na imagem do James Webb, a foto clicada pela câmera do Hubble há 15 anos tem apenas os fios escuros de poeira e gás molecular que giram em torno do centro da galáxia.

No momento do clique, muitas das jovens estrelas emissoras de infravermelho produto da colisão estavam encobertas por poeira escura.

Confira, abaixo, a NGC 3256 em ambas as fotos dos dois telescópios:

NGC 3256 no Hubble em 2008 (Imagem: NASA/ESA/CSA/Hubble Telescope)
NGC 3256 no James Webb em 2023 (Imagem: NASA/ESA/CSA James Webb Space Telescope)

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Telescópio James Webb vai receber ajuda de “camarão” no espaço

Por Flavia Correia — 8 de Junho de 2023, 18:38

Mantis é um crustáceo marinho de pouco menos de 12 centímetros, também conhecido como camarão-louva-a-deus-palhaço, capaz de quebrar conchas e até vidros de aquário com apenas um soco, sendo um dos animais proporcionalmente mais fortes do mundo. Toda essa potência em um ser tão pequeno inspirou o nome de um satélite compacto, mas poderoso, que em breve se tornará o braço direito do Telescópio Espacial James Webb (JWST).

Camarão mantis, também chamado de camarão-louva-a-deus-palhaço, criatura que inspirou o nome do satélite que vai ajudar o Telescópio Espacial James Webb em suas observações. Crédito: Fenkieandreas – Shutterstock

Abreviação de Monitoring Activity from Nearby sTars with uv Imaging and Spectroscopy (algo como “Monitoramento da Atividade de Estrelas Próximos com Imagens ultravioleta e Espectroscopia), a missão MANTIS foi proposta em 2019 e selecionada pela NASA no mês passado.

Com custo estimado em US$8,5 milhões (o equivalente a quase R$42 milhões, na cotação atual), esse CubeSat terá aproximadamente o tamanho de um forno de micro-ondas e será projetado e construído no Laboratório de Física Atmosférica e Espacial (LASP) da Universidade do Colorado em Boulder.

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Além de extremamente forte, o camarão que deu nome ao equipamento também tem uma visão extraordinária. Com essa mesma aptidão, a espaçonave será capaz de observar o céu noturno em toda a faixa de luz ultravioleta, o que inclui uma forma especialmente energética de radiação chamada luz ultravioleta extrema (EUV).

MANTIS vai observar a física volátil de estrelas queimando dezenas de anos-luz da Terra, enquanto elas ejetam enormes jatos explosivos de energia. Assim, o satélite vai auxiliar Webb em sua missão de explorar as atmosferas de exoplanetas (mundos além do nosso Sistema Solar). Seus dados serão complementares às observações do telescópio espacial, ajudando os cientistas a reunir as condições que podem tornar esses planetas habitáveis.

Renderização artística do CubeSat MANTIS, que deverá ter o tamanho de um forno de micro-ondas e vai complementar as observações do Telescópio James Webb. Crédito: Dana Chafetz

Quando o ajudante do Telescópio James Webb será lançado

Segundo Briana Indahl, pesquisadora do LASP e pesquisadora principal do MANTIS, ele está programado para ser lançado em 2026 e passar cerca de um ano coletando dados. A Agência Espacial Italiana e a Universidade Estadual da Pensilvânia são parceiras técnicas na missão.

De acordo com o astrônomo David Wilson, membro do Programa de Espectroscopia Ultravioleta do LASP e líder científico do MANTIS, as estrelas podem disparar radiação EUV em explosões poderosas, mas muitas vezes de curta duração, que podem prejudicar alguns planetas. “Quando essas emissões atingem o topo da atmosfera de um planeta, ele se expande e parte dele pode escapar para o espaço”, disse Wilson. “Se você tiver um alto fluxo de EUV, a atmosfera desse planeta pode ser rapidamente erodida”.

Medir essa radiação, no entanto, é extremamente difícil. Para conseguir fazer isso, o MANTIS vai usar dois instrumentos de alta tecnologia embalados em sua pequena estrutura. O primeiro observará radiação ultravioleta de baixa energia. Já o segundo usará um design inédito para coletar luz ultravioleta extrema.

A espaçonave se baseia na tecnologia de dois outros CubeSats projetados pela mesma equipe no LASP: o Colorado Ultraviolet Transit Experiment (CUTE), lançado em 2021 e que ainda está coletando dados atualmente, e o Supernova Remnants and Proxies for ReIonization Testbed Experiment (SPRITE), que deve ser lançado em 2024.

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James Webb detecta maior jato de fonte termal da lua Encélado

Por Flavia Correia — 31 de Maio de 2023, 14:22

Na última semana, o Olhar Digital noticiou que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) dedicou um tempo de observação para examinar uma das características mais incríveis da lua Encélado, de Saturno: suas impressionantes fontes termais que disparam colunas de água quente e vapor para o ar – os chamados “gêiseres”.

Esse atributo foi observado pela primeira vez em Encélado em 2005, pela sonda Cassini, da NASA, que registrou jatos de gêiser saindo de fissuras semelhantes a “faixas de tigre” perto do polo sul da lua.

De acordo com os cientistas responsáveis pela missão, alguns desses jatos jorravam 200 kg de vapor d’água por segundo, com algumas partículas chegando a se tornar parte dos anéis de Saturno.

Uma década de dados da missão Cassini forneceu evidências de um oceano líquido profundo dentro da crosta gelada de Encélado, escapando para o espaço através de um “criovulcanismo” contínuo. Como um lugar tão pequeno e frio pode sustentar tanta atividade geológica tem sido um enigma científico contínuo.

Considerando que, segundo estudos, Encélado apresenta ingredientes necessários para sustentar a vida – pelo menos os que conhecemos – isso significa que uma amostra das plumas dos gêiseres é algo realmente precioso para a ciência.

Nesta imagem, o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, mostra uma pluma de vapor de água jorrando do polo sul da lua Encélado, de Saturno, estendendo-se 20 vezes o tamanho da própria lua. No detalhe, uma captura da sonda Cassini, enfatizando como Encélado é pequena em comparação com o jato que ela mesma ejetou. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI e G. Villanueva (Goddard Space Flight Center da NASA). Processamento de Imagens: A. Pagan (STScI).

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Telescópio James Webb pode ver além do que a Cassini foi capaz

É bem possível que evidências de atividade biológica possam estar contidas nas plumas, algo que a sonda Cassini não foi capaz de identificar, por não ter sido projetada para isso (já que não se sabia da existência dessa atividade).

Com o Webb, as coisas mudaram. Posicionado muito mais distante de Saturno do que o falecido orbitador, o telescópio espacial, usando apenas 4,5 minutos de seu precioso tempo, revelou uma coluna muito maior do que a Cassini poderia detectar, estendendo-se muito mais para o espaço do que o diâmetro de Encélado, que é de 504,2 km.

Quando o anúncio foi feito à revista Nature pela astrofísica Sara Faggi, pesquisadora de Pós-Doutorado do Centro de Astrobiologia Goddard, da NASA, na Divisão do Sistema Solar, ela revelou que as observações foram descritas em um artigo científico que traria, entre outras informações, o volume de água liberado pela pluma detectada pelo Webb e sua temperatura, além de especificar exatamente o tamanho do jato. 

Agora, finalmente, o mistério acabou – e os detalhes são realmente surpreendentes. O artigo, que foi aceito para publicação pela Nature Astronomy e tem uma versão pré-impressão disponível no site da NASA, relata que:

  • o jato se estende por mais de 6 mil km (o equivalente à distância entre Los Angeles, Califórnia, nos EUA, até Buenos Aires, na Argentina, e a 20 vezes o diâmetro de Encélado);
  • a velocidade com que o vapor de água jorra é de 300 litros por segundo;
  • cerca de 30% do volume fica em um rastro de água em forma de rosquinha deixado pela lua enquanto orbita Saturno (denominado “toro”), e os outros 70% escapam para abastecer o resto do sistema aquífero do planeta.

Segundo a NASA, as observações de Encélado feitas por Webb foram concluídas na etapa 1250 do programa “Observação de Tempo Garantido” (GTO). O objetivo inicial desse programa é demonstrar as capacidades do telescópio em uma área específica da ciência e preparar o terreno para estudos futuros.

“Este programa foi essencialmente uma prova de conceito depois de muitos anos de desenvolvimento do observatório, e é simplesmente emocionante que toda essa ciência já tenha saído de um curto período de tempo de observação”, disse Heidi Hammel, da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia, cientista interdisciplinar do Webb e líder do programa GTO.

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