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Ossos humanos e assentamento da era viking são descobertos na Estônia

Por Flavia Correia — 4 de Outubro de 2023, 15:25

Uma emocionante descoberta arqueológica emergiu na Estônia, em meio às obras de expansão de uma rodovia na cidade de Viru-Nigula. Arqueólogos encontraram ossos humanos nas proximidades da igreja local, confirmando as suspeitas de que ela e o cemitério anexo foram construídos na era medieval sobre os vestígios de um antigo assentamento viking.

Para quem tem pressa:

  • Obras de extensão de uma rodovia na Estônia revelaram ossos humanos e artefatos;
  • Os achados indicam que havia um assentamento vicking onde atualmente é uma igreja e um cemitério há mais de 500 anos;
  • Fraturas e lesões nos ossos podem ajudar a entender como eram os tratamentos médicos da época;
  • Ossos de animais e utensílios contendo vestígios de solo antigo também foram encontrados;
  • Eles podem trazer informações sobre a alimentação e as práticas agrícolas daquele tempo.

Onze esqueletos foram desenterrados durante as escavações, com indícios de que pelo menos quatro deles foram sepultados em uma vala comum. Estimativas preliminares sugerem que esses sepultamentos datam de algum momento entre os séculos 16 e 18. 

Ossos humanos e de animais, além de utensílios de cerâmica, foram encontrados em ecavação na Estônia. Crédito: Rene Kundla/ERR

Segundo o site Err.ee, as descobertas podem ajudar a entender os métodos de tratamento de doenças e lesões daquela época.

“Descobrimos várias patologias intrigantes, fraturas e lesões ósseas que são de grande interesse para a minha área de estudo. Por exemplo, um dos esqueletos apresentava uma fratura no fêmur. Será fascinante investigar como essa pessoa lidou com essa lesão. Claramente, alguém cuidou dela e a tratou. Muitos acreditam que fraturas graves como essa eram fatais naquela época, mas essas descobertas mostram que as pessoas conseguiam sobreviver e se recuperar, embora os métodos de tratamento fossem muito diferentes dos atuais”, explicou o bioarqueólogo e especialista em ossos Martin Malve pesquisador da Universidade de Tartu, na Estônia.

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Escavações revelam ossos de animais e utensílios

Fragmentos de cerâmica, pregos e ossos de peixes e aves foram encontrados em abundância no local. Esses achados não apenas lançam luz sobre a dieta e o uso de utensílios da comunidade da época, como também incluem amostras de solo que estão sendo analisadas em busca de resíduos de plantas, fornecendo informações preciosas sobre as práticas agrícolas daquele tempo.

As descobertas de diferentes períodos despertam a imaginação e levantam especulações sobre os eventos que podem ter ocorrido em Viru-Nigula no fim da Idade Antiga, há oito séculos, e durante as Cruzadas.

“O romantismo das pessoas levou a sugestões de que a aldeia foi incendiada, ou que os alemães chegaram e a destruíram. Mas o que realmente aconteceu, não sabemos”, diz Malve. “Talvez parte da vila tenha sido abandonada ou demolida. Se você olhar os mapas do assentamento e a camada cultural da área, há evidências de que a igreja e o cemitério foram construídos bem no meio da aldeia”.

A escavação arqueológica em Viru-Nigula está programada para encerrar no domingo (8). Até lá, mais segredos sobre o enigmático passado dessa região podem ser revelados.

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Estatuetas descobertas em templo grego de 2,8 mil anos podem ser oferendas a Poseidon

Por Flavia Correia — 5 de Setembro de 2023, 15:20

Arqueólogos que escavam um antigo santuário na Grécia e descobriram várias estatuetas no local. Essas figuras milenares podem ter sido usadas como oferendas ao deus Poseidon, o “Senhor dos Oceanos”.

Localizado na antiga cidade de Helike, na costa norte do Peloponeso, o santuário, descoberto no começo deste século, inundou várias vezes há cerca de 2,8 mil anos, de acordo com um comunicado do Ministério da Cultura da Grécia. O templo caiu em desuso quando a cidade foi destruída por um terremoto acompanhado de um tsunami que ocorreu há mais de 2,3 mil anos.

Entre os artefatos encontrados estão uma estatueta de bronze que parece ser um cachorro e uma escultura de argila de uma mulher. Também havia uma cabeça de cobra trabalhada em bronze, uma asa de argila que pode ter sido parte de uma esfinge ou sereia e fragmentos de um colar de ouro.

Estatueta de argila de uma figura feminina e uma cabeça de cobra em bronze são outros artefatos encontrados no antigo templo. Crédito: Ministério da Cultura da Grécia

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Pouco se sabe sobre as estatuetas ofertadas ao deus grego Poseidon

Segundo relatado ao site Live Science por Anastasia Gadolou, diretora-geral do Museu Arqueológico de Salônica, que está supervisionando a escavação, esses objetos podem ter sido usados tanto como oferendas a Poseidon quanto a quaisquer outros deuses que possam ter sido adorados no templo.

Qualquer compreensão mais profunda do propósito das figuras – como, por exemplo, por que uma estatueta em forma de cachorro foi usada – é incerta. “Um estudo completo levando em consideração todas as evidências [derivadas] dos estratos arqueológicos é mais do que essencial”, disse Gadolou.

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Por que é preciso “desenterrar” antigas civilizações?

Por Mateus Dias — 22 de Agosto de 2023, 11:24

Quase sempre que um novo achado arqueológico é anunciado, os pesquisadores relatam o ter desenterrado de algum lugar. Mas você já parou para pensar por que quase sempre é preciso desenterrar ao invés dos restos das antigas civilizações simplesmente estarem por aí?

Vários fatores podem levar ao soterramento de uma antiga cidade ou construção, desde desastres naturais, crescimento da vegetação ou ações do clima ou antrópicas. Pompeia, por exemplo, foi coberta pela lava do Vesúvio, outros locais caíram devido a terremotos.

Além disso, algumas das antigas cidades e assentamentos foram completamente abandonados há centenas de anos e a partir disso sofreram com as ações do tempo. A maioria das cidades maias foram cobertas pela selva. Inundações e anos de vento também cobriram alguns locais deixados para trás pelos humanos, adicionando diversas camadas de solo e tornando-os em montanhas de terra, pronto para pesquisadores os desenterrarem a qualquer momento.

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Construindo sobre o registro histórico

Mas nem todas as antigas cidades foram abandonadas ou destruídas por algum desastre. Cidades como Roma são continuamente habitadas há mais de 2000 anos e alguns dos resquícios da antiga civilização que ali vivia estão metros abaixo da terra.

O aumento do nível do solo acontece por causa do acúmulo de matéria orgânica que eventualmente se degrada, elevando aos poucos o nível do solo. No entanto, o principal responsável por enterrar essas antigas cidades, são construções humanas.

Novas construções foram simplesmente erguidas sobre as fundações de antigos prédios. Demolições foram realizadas e os escombros utilizados para aterrar e pavimentar novas ruas, enquanto algumas pedras foram reutilizadas. Mesmo que alguns deles não tenham ido ao chão propositalmente, alguns materiais podem ser reaproveitados, e coisas sem importância, como ladrilhos e outros artefatos, foram deixados para trás, para serem desenterrados somente depois no futuro.

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Esqueleto enterrado com espada e espelho tem identidade revelada

Por Flavia Correia — 31 de Julho de 2023, 21:19

Um estudo publicado na última semana no periódico científico The Journal of Archaeological Science: Reports relata a descoberta da identidade de um esqueleto encontrado em 1999 enterrado na Inglaterra, junto com uma coleção inusitada de bens funerários.

Entre os objetos estava um espelho e uma espada, que são itens normalmente associados a sepulturas femininas e masculinas, respectivamente, o que havia deixado os pesquisadores confusos quanto ao gênero e identidade dos restos mortais. Como o próprio esqueleto está altamente degradado, torna-se impossível dizer se o falecido era um homem ou uma mulher. 

Somente pequenos pedaços de ossos e dentes, totalizando cerca de 150 gramas, foram recuperados do falecido pelos arqueólogos. Crédito: Arquivo Histórico da Inglaterra.

No entanto, ao revisitar o antigo local de sepultamento nas Ilhas de Scilly, que ficam a sudoeste da península da Cornualha, os autores do novo estudo conseguiram determinar que o ocupante da sepultura era do sexo feminino, com base em uma análise de um pouco de esmalte dentário remanescente.

O que significam a espada e o espelho encontrados no túmulo

Tendo esclarecido esse mistério, os estudiosos agora estão lidando com o enigma representado pelos bens da sepultura. Não só o túmulo é o mais ricamente mobiliado da região, mas a combinação de itens marciais com um espelho não foi vista em nenhum outro jazigo da Europa Ocidental datado da mesma época – em torno de 2,1 mil anos atrás.

Pela interpretação mais simples, tais objetos foram colocados na sepultura para simbolizar que ela participou na guerra, talvez empunhando essas mesmas armas ou outras muito parecidas com elas.

“Em uma pequena comunidade insular, seria claramente vantajoso se todos os indivíduos capazes pudessem contribuir para a defesa de seu assentamento pela força das armas caso ele fosse atacado”, diz o artigo. “Em tais circunstâncias, a capacidade de realizar feitos marciais pode ter sido valorizada em ambos os sexos”.

Detalhe da espada (à esq.) e o espelho (à dir.) encontrados no túmulo de mais de dois mil anos nas Ilhas de Scilly. Crédito: Arquivo Histórico da Inglaterra.

No entanto, como os autores apontam, nenhuma outra mulher daquele arquipélago foi encontrada com itens de sepultura semelhantes, levantando a questão de por que esse indivíduo em particular foi escolhido para tratamento especial.

“Isso se torna mais facilmente compreensível se ela teve um papel proeminente na realização de incursões em outras comunidades ou um papel de liderança na organização de invasões, além de participar defensivamente”, especulam os pesquisadores. 

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Admitindo que sua teoria é um tanto conjectural, eles dizem que a “deposição de armas no túmulo também pode ter significado que ela pretendia continuar a desempenhar um papel marcial ou protetor após sua morte, agindo como uma guardiã sobrenatural de sua comunidade”.

Em relação ao espelho de bronze, os pesquisadores observam que o item poderia ter sido usado para sinalização heliográfica, que se refere ao uso de luz intermitente como forma de comunicação. “Isso pode ter sido de valor para uma comunidade insular para se comunicar com ilhas vizinhas e com embarcações no mar”.

Levando essa teoria adiante, eles explicam que a mulher antiga pode ter usado o espelho para planejar e coordenar ataques a outras comunidades ou a defesa de sua própria aldeia.

“Nossas descobertas oferecem uma oportunidade emocionante de reinterpretar este importante enterro, fornecendo evidências de um papel de liderança para uma mulher da Scilly na guerra na Idade do Ferro”, explicou a autora principal do estudo, Sarah Stark, arqueóloga do Historic England, um órgão público não-departamental executivo do Governo Britânico, em um comunicado.

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Descobertos os túmulos mais ricos já escavados no Mediterrâneo

Por Flavia Correia — 6 de Julho de 2023, 20:44

Arqueólogos da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, descobriram recentemente, na República do Chipre, os túmulos mais ricos já encontrados na região do Mediterrâneo. Os artefatos preciosos neles presentes indicam que seus ocupantes governaram Hala Sultan Tekke, uma metrópole da Idade do Bronze que foi centro do comércio de cobre entre 3300 e 3500 anos atrás.

“Considerando a riqueza dos bens funerários, é razoável supor que se tratava de túmulos reais, embora não saibamos muito sobre a forma de governo praticada na cidade na época. Sem dúvida, os enterrados aqui faziam parte do governo da cidade”, disse Peter Fischer, professor de arqueologia e líder da expedição, em um comunicado.

Os túmulos, localizados fora da área de 50 hectares da cidade antiga, consistem em câmaras subterrâneas de tamanhos variados acessadas através de uma passagem estreita da superfície. 

Pedras preciosas e cerâmicas de alta classe encontradas nos túmulos

Söderberg, a expedição liderada por Fischer, escava em Hala Sultan Tekke, na costa sul de Chipre, desde 2010, e já encontrou diversos túmulos com bens funerários valiosos. 

No entanto, o que distingue os túmulos recém-descobertos daqueles escavados anteriormente é a grande quantidade de artefatos, todos de excelente qualidade. “Encontramos mais de 500 artefatos completos distribuídos em dois túmulos. Muitos dos artefatos consistem em metais preciosos, gemas, marfim e cerâmica de alta qualidade”, relatou o pesquisador.

Um dos túmulos encontrados pelos pesquisadores, com diversos artefatos de luxo ao redor do esqueleto. Crédito: P.M. Fischer

Segundo ele, em torno da metade dos itens foram importados de culturas vizinhas. O ouro e o marfim, por exemplo, vieram do Egito. Pedras preciosas, como lápis-lazúli azul, carneliana vermelha escura e turquesa azul-esverdeada, são do Afeganistão, Índia e Sinai, respectivamente. As sepulturas também contêm objetos âmbar da região do Báltico.

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Os túmulos foram descobertos usando magnetômetros, um tipo de instrumento que pode produzir imagens que mostram objetos e estruturas até dois metros abaixo da superfície. 

Entre os vários esqueletos bem preservados nos túmulos estão o de uma mulher cercada por dezenas de vasos de cerâmica, joias e um espelho redondo de bronze. Uma criança de aproximadamente um ano com um brinquedo de cerâmica estava ao seu lado.

Vasos de cerâmica de alta qualidade encontrados em alguns dos túmulos mais ricos escavados por uma equipe de arqueólogos da Suécia. Crédito: P.M. Fischer

Alguns corpos tinham colares com pingentes provavelmente feitos no Egito durante a 18ª dinastia, na época do faraó Aquenáton e sua esposa Nefertiti.

A maioria dos vasos de cerâmica era originária de onde hoje chamamos de Grécia, e a expedição também encontrou vasos da Turquia, Síria, Palestina e Egito.

Também foram encontradas armas de bronze, algumas incrustadas com marfim, e um selo de ouro feito da hematita mineral dura com inscrições de deuses e governantes.

Segundo Fischer, a riqueza dos sepultados vinha da produção de cobre. “Minas próximas nas montanhas Troodos produziam minério de cobre, que era refinado nesta cidade portuária, que exportava então o metal refinado em grandes quantidades para culturas vizinhas. O cobre era uma mercadoria importante porque, combinado com o estanho, torna-se a liga dura de bronze, que deu nome à Idade do Bronze”.

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Ferramentas médicas de 2.000 anos revelam tratamentos assustadores

Por Flavia Correia — 13 de Junho de 2023, 21:16

Arqueólogos descobriram recentemente um conjunto raro de ferramentas médicas em uma necrópole perto de Jászberény, a cerca de 35 quilômetros de Budapeste, na Hungria. 

Guardados em dois baús de madeira, os instrumentos incluíam uma pinça (usada para extrair dentes), uma cureta (para mistura, medição e aplicação de medicamentos) e três bisturis de liga de cobre equipados com lâminas de aço destacáveis e incrustados com prata em estilo romano. 

Ao lado dos baús, estavam o crânio e alguns ossos das pernas de um homem que se presume ter sido um cidadão romano que morreu quando tinha entre 50 e 60 anos.

No local, aparentemente intacto por cerca de 2.000 anos, também havia um pilão que, a julgar pelas marcas de raspagem e resíduos de drogas, provavelmente seria usado para moer ervas medicinais. 

Perfuração de crânio estava entre as práticas médicas do Império Romano

Entre os itens mais incomuns estavam uma alavanca óssea, equipamento usado para colocar ossos fraturados de volta no lugar, e a alça do que parece ter sido uma broca para perfurar o crânio.

De acordo com o jornal The New York Times, o instrumentário, adequado para realizar operações complexas, fornece um vislumbre das práticas médicas avançadas dos romanos do primeiro século e até onde os médicos podem ter viajado para atendimento. “Nos tempos antigos, eram ferramentas comparativamente sofisticadas feitas dos melhores materiais”, disse Tivadar Vida, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade Eötvös Loránd (ELTE), em Budapeste, líder da escavação.

Entre os instrumentos escavados estavam uma pinça, uma cureta e três bisturis de liga de cobre equipados com lâminas de aço destacáveis e incrustados em prata. Crédito: Rusznák Gábor/ELTE

Há dois milênios, Jászberény fazia parte do Barbaricum, uma ampla região que ficava além das fronteiras do Império e servia de escudo contra possíveis ameaças externas. “Como poderia um indivíduo tão bem equipado morrer tão longe de Roma, no meio do Barbaricum?”, indaga Leventu Samu, pesquisador do ELTE e membro da equipe da escavação, a respeito do homem encontrado junto das ferramentas. “Ele estava lá para curar uma figura local de prestígio ou talvez estivesse acompanhando um movimento militar das legiões romanas”, propõe.

Para Colin Webster, professor de clássicos da Universidade da Califórnia em Davis e presidente da Sociedade de Medicina Antiga e Farmacologia dos EUA, a descoberta ilustra a permeabilidade das fronteiras culturais no mundo antigo. “A medicina tem sido um dos vetores mais ativos para o intercâmbio intercultural, e essa descoberta certamente ajuda a mostrar as evidências físicas dessas dinâmicas”.

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A maioria dos médicos do Império Romano era de origem grega, ou pelo menos falante da língua. Muitos eram libertos ou mesmo escravos, o que pode explicar sua a baixa posição social que ocupavam.

Se o indivíduo encontrado na necrópole húngara era mesmo um médico não está claro, segundo os pesquisadores, mas provavelmente não era um cidadão local. 

“Estudar medicina só era possível, na época, em um grande centro urbano do império”, disse Samu. Os médicos eram itinerantes, e os tratamentos variavam de acordo com o território. “Escritores médicos antigos, como Galeno, aconselhavam que os médicos viajassem para aprender sobre doenças que eram comuns a certas áreas”, disse Patty Baker, ex-chefe de arqueologia e clássicos da Universidade de Kent, na Inglaterra.

Os aspirantes a cirurgiões eram incentivados a aprender com médicos reconhecidos, estudar em grandes bibliotecas e ouvir palestras em lugares como Atenas e Alexandria, um centro de aprendizado anatômico. Para adquirir experiência no tratamento de feridas de combate, os médicos frequentemente se internavam no exército e em escolas de gladiadores, o que poderia explicar a presença de ferramentas médicas no Barbaricum.

Em pe, de bermuda caqui e camisa branca, Tivadar Vida, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, fotografando o local da escavação, que fica a cerca de 35 quilômetros de Budapeste. Crédito: Leventu Samu/ELTE

Mastectomia e amputação de fetos com faca

“Não havia conselhos de licenciamento nem requisitos formais para o ingresso na profissão”, disse Lawrence Bliquez, arqueólogo emérito da Universidade de Washington. “Qualquer um poderia se dizer médico”. Se seus métodos fossem bem-sucedidos, ele atraía mais pacientes; se não, buscava outra carreira.

Costumavam-se realizar cirurgias nos orifícios do corpo para tratar pólipos, amígdalas inflamadas, hemorroidas e fístulas. Além da trepanação (perfuração do crânio), as operações mais radicais incluíram mastectomia, amputação, redução de hérnia e catarata. “A cirurgia era um domínio masculino”, disse Bliquez. “Mas, certamente, havia muitas parteiras, que também entendiam de cirurgia, especialmente no que diz respeito à ginecologia”.

Embora as cesarianas só tenham surgido muitos anos depois, por volta de 1500, os romanos praticavam a embriotomia: uma cirurgia por meio da qual uma faca era usada para cortar os membros de um bebê quando ele estava preso no canal de parto. “Um gancho era usado para retirar os membros, tronco e cabeça do canal de parto depois de cortados”, disse Baker. “Era um procedimento horrível usado para salvar a vida de uma mãe”.

Muitas vezes, as cirurgias eram o último recurso de todos os tratamentos médicos. “Qualquer uma das ferramentas encontradas na sepultura de Barbaricum poderia ter causado mortes”, disse Baker. “Não havia conhecimento de esterilização ou teoria de germes. Os pacientes provavelmente morreriam de sepse e choque”.

“O fato de o falecido ter sido enterrado com seus equipamentos talvez seja um sinal de respeito”, disse Samu, considerando a hipótese de os restos mortais realmente pertencerem a um médico.

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Stonehenge: cemitério antigo é descoberto perto do lendário monumento

Por Flavia Correia — 12 de Junho de 2023, 13:49

Stonehenge é, sem dúvidas, o monumento pré-histórico mais famoso da Inglaterra – estando, talvez, entre os mais conhecidos do mundo. No entanto, embora seja objeto de estudo há muitos anos, quase nada se sabe sobre a origem e o propósito dessas imensas pedras de arenito, que permanecem praticamente inalteradas há cerca de cinco milênios. 

Algumas teorias defendem que a estrutura megalítica circular, localizada na planície de Salisbury, teria sido construída para abrigar um cemitério ou um local de cura. Outras linhas de estudo sugerem que seria um calendário celestial ou observatório astronômico, tendo em vista que os espaços no anel de pedras externo do monumento estão em perfeito alinhamento com o solstício de verão e de inverno.

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O monumento Stonehenge fica na planície de Salisbury (Inglaterra), local que abriga muitas outras relíquias arqueológicas, como um cemitério recém-descoberto. Créditos: Mr Nai/Shutterstock

Seja qual for a verdade em torno do lendário monumento, uma coisa é certa: ele é um prato cheio para arqueólogos que vivem na busca de relíquias do passado da humanidade. E não apenas essa construção em si, mas diversos outros henges e achados pré-históricos nos arredores desse Patrimônio Mundial.

Cemitério encontrado perto de Stonehenge é mais recente que o misterioso monumento

Recentemente, por exemplo, um gigantesco complexo de cemitérios que mostra sinais de atividade humana há milhares de anos foi desenterrado a apenas 16 km de distância dali. O local de sepultamento é milhares de anos mais jovem do que Stonehenge, mas mostra como esta área da planície de Salisbury já teve um enorme significado para os antigos povos da Grã-Bretanha.

A descoberta foi feita pela equipe de arqueologia de Cotswold em um conjunto habitacional planejado na orla do subúrbio de Harnham. Diversas estruturas feitas pelo homem que datam de uma ampla variedade de períodos da antiga história britânica foram escavadas pelo projeto – a maioria da antiga Idade do Bronze, que teve início há mais de 4,4 mil anos.

Vista aérea do local de escavação onde foi descoberto um cemitério, a 16 km de Stonehenge. Crédito: Costwold Archeology

Uma parte da escavação revelou 20 sepulturas em tamanhos de 10 metros a 50 metros de diâmetro, que apresentam uma vala fechada. Grande parte dos restos mortais no local foram destruídos devido a séculos de atividade agrícola, mas pelo menos 10 túmulos e três cremações sem urna se mantiveram intactos.

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“Pelo menos três dos nossos celeiros são multifásicos – dois tinham sido substancialmente ampliados e um tinha começado com uma vala ligeiramente oval que mais tarde foi substituída por uma vala quase circular”, descreve o comunicado de Costwold.

Segundo a nota, a forma oval sugere uma origem neolítica, ou que, possivelmente, o cemitério tenha sido construído em uma área de atividade neolítica. Perto do centro havia uma vala comum contendo restos mortais de adultos e crianças, que serão submetidos à datação por radiocarbono. 

Também foi descoberto algo que parece se tratar de um edifício aterrado, que talvez possa ter sido usado como uma cabana, oficina ou loja, além de um poço de água.

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Oficinas de mumificação foram encontradas no Egito

Por Mateus Dias — 7 de Junho de 2023, 00:45

Duas oficinas de mumificação foram encontradas por arqueólogos em Saqqara, no Egito, que datam de cerca de 2300 anos atrás, uma usada para mumificar humanos e outra, animais.

As oficinas são de um período entre o fim da 30ª Dinastia e o início da Era Ptolomaica, que teve início após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C passando a ser governado pelo grego Ptolomeu I e depois por seus descendentes, durante quase 3 séculos.

De acordo com o Ministério de Turismo e Antiguidade do Egito, a oficina destinada a a humanos possuía duas camas usadas para embalsamar as pessoas, as ferramentas e a resinas usadas para mumificação foram encontradas no interior do local.

Já na dos animais, foram descobertas vários vasos de cerâmica. No Egito, sacrificar e embalsamar animais ligados a divindades, como cães, gatos e pássaros era muito comum em rituais e funerais. Os pesquisadores acreditam que essa oficina em específico era destinada a animais ligados à deusa Bastet, retratada como um gato.

A partir de textos históricos e outros achados arqueológicos, acredita-se que a mumificação tinha preços diferentes dependendo do trabalho a ser realizado, e enquanto o embalsamamento de animais devia ser um trabalho em massa, o de pessoas provavelmente era mais lento, tendo famílias inteiras trabalhando na área.

Os pesquisadores classificaram a descoberta como impressionante, podendo ajudar a desvendar melhor as diferentes etapas do processo de mumificação já que poucas oficinas foram encontradas no Egito.

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Outras descobertas

Nos arredores das oficinas também foram encontrados dois túmulos muito mais antigos. Um pertencia provavelmente a um chefe dos escribas que viveu há cerca de 4400 anos, o outro foi para um líder religioso que viveu por volta de 1400 a.C, e pelo menos um dos sarcófagos foi recuperado.


Estátua encontrada próxima às oficinas de mumificação (Crédito: Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito)

Além disso, em um nicho na parede também foi encontrada uma estátua com 1 metro de altura, que possivelmente representa alguém que era responsável por supervisionar enterros que aconteciam na região.

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Esqueleto de 7 mil anos é encontrado em perfeito estado na Polônia

Por Flavia Correia — 20 de Maio de 2023, 20:38

Arqueólogos na Polônia descobriram um esqueleto completo pertencente a uma pessoa que viveu há cerca de 7 mil anos nas proximidades do que hoje é a cidade de Cracóvia.

Descoberto durante a reforma de uma praça da cidade em Słomniki, o esqueleto neolítico está em perfeito estado de conservação e foi encontrado junto a fragmentos de cerâmica. Com base no estilo das peças, os estudiosos deduziram a idade aproximada dos restos mortais.

Imagem aérea do local das escavações feita por drone. Crédito: Pawel Micyk & Lukasz Szarek

Segundo Paweł Micyk, arqueólogo da Galty Earth and Engineering Services, que liderou as escavações no local, revelou ao site Live Science que o indivíduo foi enterrado em solo solto e com uma composição química não ácida, o que ajudou a preservar a ossada.

Fóssil encontrado na Polônia vai passar por análise

“No momento, não podemos determinar quem era a pessoa enterrada, mas uma futura análise antropológica provavelmente trará mais informações”, disse Micyk, afirmando que a equipe planeja datar o achado por radiocarbono para determinar um período de tempo mais preciso de quando o indivíduo viveu.

Fragmentos de sílex também foram encontrados ao lado da sepultura. Alguns dos itens estavam danificados porque o nível superior do túmulo foi aplanado em algum momento no passado, de acordo com Micyk.

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Małgorzata Kot, professor adjunto de arqueologia da Universidade de Varsóvia, que não está envolvido com a escavação, disse que “esta é uma descoberta emocionante e muito importante”. Segundo ele, a cova pertence aos primeiros agricultores neolíticos que cruzaram os Cárpatos pelo sul para entrar na Polônia.

Kot também disse que pouco se sabe sobre a cultura e prática funerária desses primeiros agricultores. “Eles enterravam seus mortos dentro dos assentamentos ou em túmulos isolados, mas cemitérios são muito raros”, disse o arqueólogo. 

“Devemos pensar que esses primeiros agricultores estavam entrando em uma terra absolutamente nova para eles. Área da floresta profunda das Terras Baixas da Europa Central. Uma região de clima mais severo, mas também uma terra já habitada por outros povos”, disse Kot, observando que eles teriam encontrado caçadores-coletores que já viviam lá.

“Os agricultores e caçadores-coletores coexistiram por cerca de dois milênios, mas como eles interagiram não é totalmente claro”, disse Kot.

Os achados ainda não foram descritos em artigo para publicação em revista científica.

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Pompeya descubre la habitación de una familia de esclavos bien conservada

Por EFE — 6 de Novembro de 2021, 15:16
El hallazgo se ha producido en la zona de la villa de Civita Giuliana, situada en el norte del parque arqueológico y que ya ha sacado a la luz en los últimos meses otros descubrimientos, como una carroza ceremonial casi intacta o un establo con los restos de tres caballos.

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Pintia, 125 hectáreas de yacimiento céltico

Por R. G., Vicente G. Olaya — 9 de Março de 2020, 06:40
La construcción de la ciudad vaccea de Padilla de Duero (Valladolid) comenzó en el siglo V a. C. Fue tomada por los romanos y posteriormente por los visigodos. Los musulmanes la destruyeron. Ocupaba 125 hectáreas, 25 de ellas amuralladas. Sus restos, incluido su gran necrópolis, son visibles parcialmente tras 40 años de investigaciones

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¿Quién mató a la familia de ganaderos hace 7.300 años?

Por Vicente G. Olaya — 26 de Fevereiro de 2020, 11:20

Hace unos 7.300 años, dos hombres entraron en la cueva cargados de alimentos. Pero, según intuyen los investigadores, en seguida cayeron de rodillas al descubrir los cuerpos desmembrados de sus familiares, se echaron las manos a la cabeza y comenzaron a llorar: todos habían sido asesinados. ¿Por qué? ¿Quién? Ahora, los expertos de cuatro universidades españolas y extranjeras han hallado una respuesta.

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El Ayuntamiento de Madrid cambia de opinión y acelera el plan para cubrir el Templo de Debod

Por Peio H. Riaño — 25 de Fevereiro de 2020, 12:14

El pleno municipal aprobará este martes a propuesta del PSOE  la cubrición del Templo de Debod con un concurso de ideas a partir de 2021. La proposición firmada por PP, PSOE, Más Madrid y Ciudadanos ha sido respaldada por unanimidad (también con los votos de Vox) y se desbloquea una situación de parálisis burocrática de dos años y de incumplimiento legal de más de cuatro décadas. El templo debía haber estado cubierto desde el día en que se inauguró, el 18 de julio de 1972. De esta manera, el alcalde de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, asume la urgencia y acepta un trámite que licitará la obra de la nueva estructura en esta legislatura para construirla en la siguiente. La idea del futuro museo saldrá del informe técnico sobre el estado de conservación que elabora un grupo de trabajo, convocado en 2018 por el ejecutivo de Manuela Carmena

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