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Pesquisador da USP cria sistema para monitorar descarte de lixo

Por Pedro Borges Spadoni — 7 de Junho de 2023, 20:51

O pesquisador Bruno Suguimoto Iwami, da Escola Politécnica da USP, desenvolveu um sistema de monitoramento de despejo de lixo e entulho. O objetivo é verificar, por meio de um servidor, se o descarte foi feito de forma correta.

Para quem tem pressa:

  • Um pesquisador da USP desenvolveu um sistema de monitoramento de despejo de lixo e entulho;
  • O objetivo do sistema é verificar, por meio de um servidor, se o descarte foi feito de forma correta;
  • Só precisa instalar o sistema nos caminhões de coleta e colar os adesivos identificadores nas caçambas – depois disso, é tudo feito automaticamente, segundo o pesquisador;
  • O descarte inadequado de lixo e entulho nas cidades brasileiras têm impactos na mobilidade, moradia e saneamento básico.

Estamos a uma parceria de colocá-lo no mercado. É um prato cheio para adicionarmos uma inteligência artificial no sistema.

Bruno Suguimoto Iwami, pesquisador da Escola Politécnica da USP.

Leia mais:

O pesquisador contou com parceria dos professores Jó Ueyama e Francisco Louzada Neto, ambos do ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação) da USP, além do apoio da Auspin (Agência USP de Inovação).

Descarte inadequado de lixo

Visão de cima de uma caçamba de lixo despejando em lixão
(Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Segundo Iwami, a ideia da patente surgiu a partir de um diálogo com a Prefeitura Municipal de São Carlos (SP) sobre o monitoramento do despejo de lixo e entulho.

Em 2022, o Brasil produziu 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos, com cobertura de coleta de 93%. Estes dados são do Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil de 2022, captado pelo Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional.

O descarte inadequado de lixo e entulho nas cidades brasileiras têm impactos na mobilidade, moradia e saneamento básico.

A proposta do projeto é de um sistema que identifica quando uma caçamba é coletada ou despejada e se está cheia ou vazia, então envia estas informações para um servidor.

Bruno Suguimoto Iwami, pesquisador da Escola Politécnica da USP

Assim, o sistema identifica o número de registro da caçamba, suas coordenadas, ocupação e horário de despejo, de modo a verificar se o despejo foi feito de forma correta.

A tecnologia por trás

Caminhão despejando lixo em lixão com pessoas e abutre em volta
(Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A ideia da patente é sua aplicabilidade em quaisquer tipos de ambiente e cidade. Para isso, os desenvolvedores pensaram num sistema de fácil modificação em componentes de conexão.

“Trocar o módulo de telefonia por um módulo Wi-Fi seria bem fácil de ser feito para atender a uma cidade que possui sinal Wi-Fi por toda a sua extensão e, com isso, reduzir custo de dados móveis”, exemplificou o pesquisador.

Além disso, o sistema pode ser utilizado em diversos modelos de veículos, de forma a atender, simultaneamente, pequenos municípios e metrópoles.

Iwami também comentou que o módulo instalado nos veículos abrange outras tecnologias para melhor uso do produto.

Pensamos em proteção à prova d’água para os dias de chuva e, no caso dos identificadores, usamos a mesma tecnologia de cobrança automática em pedágios, que é aquele conjunto de antena e adesivo que colamos nos carros.

Bruno Suguimoto Iwami, pesquisador da Escola Politécnica da USP

Iwami explicou que o grupo trabalhou no desenvolvimento de cada componente do sistema. Entre eles, estão: processamento de dados do GPS e funcionamento da antena de identificação.

Importância do sistema

Abutre empoleirado em saco de lixo num lixão
(Imagem: Carol Garcia/Secom-BA)

Quase 30 milhões de toneladas de resíduos coletados no Brasil tiveram destinação inadequada, como lixões e aterros controlados, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, levantamento feito pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).

O despejo de resíduos domiciliares e públicos não deveria ocorrer nesses espaços, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, e que estabelecia a extinção dos lixões e aterros irregulares.

Com o controle do local de coleta e despejo da caçamba, a tecnologia permite monitorar como está sendo feito o manejo dos resíduos e a distribuição geográfica das caçambas por meio de uma aplicação web.

Só precisa instalar o sistema nos caminhões de coleta e colar os adesivos identificadores nas caçambas. Depois disso, é tudo feito automaticamente.

Bruno Suguimoto Iwami, pesquisador da Escola Politécnica da USP

A promoção de políticas públicas de gestão adequada de resíduos sólidos urbanos no País, com o foco na geração, coleta e destinação desses materiais, é um fator-chave na aplicação da patente.

“Acredito que em breve o sistema estará no mercado porque, em algumas cidades do Brasil, o monitoramento de caçambas está se tornando obrigatório e o nosso sistema prevê um baixo custo de produção”, disse o pesquisador.

Desde 2017, a Prefeitura Municipal de São Paulo, por exemplo, adota o monitoramento eletrônico de caçambas pela garantia do descarte de lixo no destino correto.

Com informações do Jornal da USP

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✇ Serralves

PLÁSTICOS, LIXO MARINHO E REDES DE PESCA FANTASMA: UM OCEANO DE PREVENÇÃO | CONVERSAS COM CIÊNCIA

21 de Junho de 2020, 00:00
O Oceano é fonte de inúmeros recursos e serviços de valor inestimável. A sua proteção é uma prioridade estando definida num dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o Objetivo 14: Proteger a Vida Marinha. Infelizmente, o oceano é o destino final de muitos resíduos, sendo a maioria plástico, que pode fragmentar-se em pequenas partículas, os chamados microplásticos. Deste modo, são necessárias novas abordagens e tecnologias para reduzir o lixo marinho.
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