Noticias em eLiteracias

🔒
✇ Olhar Digital :: Olhar Digital Geral

Cientistas querem usar os oceanos para combater as mudanças climáticas; entenda

Por Alessandro Di Lorenzo — 5 de Setembro de 2023, 15:16

Mais de 200 cientistas assinaram uma carta pedindo pesquisas “responsáveis” sobre maneiras de usar os oceanos para reter o dióxido de carbono que aquece o planeta. Eles defendem a adoção de medidas urgentes para conter as mudanças climáticas, que têm provocado o aumento de fenômenos extremos nos últimos anos.

Leia mais

Oceanos podem ajudar a capturar CO2

O aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) contribuiu com o aumento das temperaturas do planeta. Diversos alertas globais já foram emitidos destacando a urgência da diminuição da liberação desses gases na atmosfera, mas especialistas também têm estudado alternativas para absorver as substâncias já emitidas.

Nesse cenário, os oceanos podem ser grandes aliados. Eles já retêm cerca de 50 vezes mais carbono do que a atmosfera. A ideia dos cientistas é turbinar esse fenômeno natural. O problema é que há riscos nesse processo.

É por isso que eles pedem pesquisas responsáveis sobre o tema. Em outras palavras, a carta divulgada pede esforços para que a ciência possa entender melhor as potencialidades dos oceanos, juntamente com quaisquer efeitos colaterais.

Embora as abordagens de remoção de dióxido de carbono baseadas nos oceanos tenham um enorme potencial, também há riscos. A sociedade ainda não tem informações suficientes sobre a eficácia ou os impactos de qualquer abordagem específica e, portanto, não pode tomar decisões informadas sobre seu uso em escala.

Cientistas, em carta divulgada
Oceano é um grande aliado na absorção de CO2, mas existem riscos nesse processo (Imagem: Francesco Scatena/Shutterstock)

Existem riscos para a vida marinha

  • Existem algumas formas conhecidas de aumentar a capacidade dos oceanos de absorver e reter dióxido de carbono.
  • Algumas são naturais, como restaurar ecossistemas costeiros que retiram CO2 por meio da fotossíntese.
  • Outras dependem da tecnologia.
  • Algumas startups com sede na Califórnia construíram plantas-piloto para filtrar o CO2 do oceano, por exemplo.
  • A ideia é tirar o dióxido de carbono das águas para que elas tenham a capacidade de absorver ainda mais a substância.
  • Mas alguns defensores do meio ambiente alertam para os riscos de tais ações para a vida marinha, segundo reportagem da The Verge.

Não fazer nada é antiético, dizem os cientistas

Alguns grandes nomes das ciências climáticas e ambientais assinaram a carta. Caso de David King, ex-conselheiro científico chefe do governo do Reino Unido e James Hansen, ex-cientista climático da Nasa famoso por alertar o mundo sobre as mudanças climáticas durante um depoimento ao Congresso em 1988.

Os oceanos também sofrem o impacto das mudanças climáticas. Uma onda de calor no Atlântico está dizimando os recifes de coral da Flórida, por exemplo (saiba mais sobre o assunto clicando aqui).

Eu vi esses declínios maciços na saúde dos oceanos (…) Não fazer nada é antiético, essencialmente. Precisamos pelo menos descobrir os riscos e os benefícios, ver se podemos ajudar a resolver o problema que criamos.

Débora Iglesias-Rodriguez, presidente do departamento de Ecologia, Evolução e Biologia Marinha da Universidade da Califórnia

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal

O post Cientistas querem usar os oceanos para combater as mudanças climáticas; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.

✇ Olhar Digital :: Olhar Digital Geral

Startup transforma gás carbônico em fios para roupas; como?

Por William Schendes — 4 de Julho de 2023, 11:32

A startup Rubi Laboratories quer mudar a realidade da indústria têxtil, responsável pelo alto volume de emissão de carbono com sua nova tecnologia com seu sistema de enzimas que capta emissões de carbono para transformar em celulose, material usado na produção de tecidos.

  • A empresa garante que seu processo é negativo em carbono, neutro em água e biodegradável;
  • No ano passado a empresa levantou US$4,5 milhões em financiamento inicial das empresas Talis Capital, Necessary Ventures e uma série de outras empresas e investidores anjos;
  • A Rubi Laboratories também recebeu um investimento de US$250.000 da Fundação Nacional de Ciência, uma agência governamental dos Estados Unidos.

Como é o

Em entrevista à Fast Company, Neeka Mashouf, cofundadora e CEO da startup, explica que o processo da empresa é semelhante ao que é feito pelas árvores:

As árvores respiram CO2 e usam enzimas – proteínas que ajudam as reações a acontecer – para converter o CO₂ em fortes polímeros de carbono no tronco e nas folhas chamados celulose

Neeka Mashouf, cofundadora e CEO da Rubi Laboratories.

Leia mais:

A empresa imita esse processo em sua fábrica criando polímeros de celulose transformados em fios que podem ser aproveitados para produzir liocell, tecido feito pela dissolução de madeira ou bambu, viscose e rayon, fibras geralmente feitas de celulose.

Fazemos o mesmo liocell de alta qualidade sem os métodos de fabricação intensivos em carbono, água e terra baseados no desmatamento e no processamento significativo com uso intensivo de energia

Neeka Mashouf, cofundadora e CEO da Rubi Laboratories.

A empresa afirma que seu sistema de enzimas patenteado consegue capturar e converter CO₂ de entradas de gás de qualquer concentração, inclusive na captação direta de ar. Mas, conforme explica outra cofundadora da Rubi, Leila Mashouf, faz mais sentido capturar CO₂ de fontes relacionadas à produção textil.

O que é empolgante é que nossa tecnologia é realmente muito flexível na fonte de CO 2 . Testamos e comprovamos que ele pode funcionar até mesmo na captação direta de ar, que tem baixíssimos níveis de CO₂.

Leila Mashouf, cofundadora da Rubi Laboratories.

Em breve, a startup planeja trabalhar com fábricas para captar e converter as emissões produzidas no local.

A Ganni, marca de roupas sediada em Copenhage será a primeira a testar os fios produzidos pela Rubi para fazer roupas.

Com informações de Fast Company e TechCrunch.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

O post Startup transforma gás carbônico em fios para roupas; como? apareceu primeiro em Olhar Digital.

❌