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Galaxy S24 Ultra: vazamento indica mudanças na câmera do celular

Por Alessandro Di Lorenzo — 27 de Dezembro de 2023, 19:24

A nova linha de celulares da Samsung deve ser revelada oficialmente no início de 2024 (em janeiro, para ser mais preciso). No entanto, novos vazamentos indicam o que esperar do Galaxy S24. As mais novas imagens vazadas mostram como devem ser os sensores fotográficos do S24 Ultra.

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Novidades no Galaxy S24

  • A imagem vazada na rede social X (antigo Twitter) mostra vários exemplares do conjunto de lentes que deve ser equipado ao celular topo de linha da sul-coreana.
  • Além disso, indica diferenças significativas na lente zoom em relação ao Galaxy S23 Ultra.
  • O vazamento ainda sugere que o novo modelo deve abandonar o tradicional conjunto óptico em formato de periscópio, uma forma de reduzir os custos.
  • As informações são do TudoCelular.com.

Galaxy S24U (G928) rear cam pic.twitter.com/5khVEQoPvq

— No name (@chunvn8888) December 23, 2023
Vazamento das lentes do novo celular da Samsung (Imagem: reprodução X/@chunvn8888)

Lançamento previsto para janeiro de 2024

A aposta da Samsung agora será em uma solução semelhante à da Apple e que permite refletir a luz quatro vezes dentro de um único prisma para reduzir o espaço interno. O novo modelo deve ter a capacidade de comprimir os pixels da câmera principal em imagens de 24 MP.

Do mesmo modo, o uso de inteligência artificial também deve ser implementado nesse quesito, o que pode melhorar ainda mais a qualidade das imagens do Galaxy S24 Ultra.

Apesar da mudança, a Samsung ainda deve ser capaz de oferecer zoom de 10x através de combinações do zoom híbrido graças ao sensor de maior resolução implementado na câmera. 

Apesar de vários vazamentos, só devemos ter certeza do que esperar do novo modelo no dia 17 de janeiro de 2024, quando está previso o lançamento oficial do Galaxy S24.

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Quem pode receber indenização pelo vazamento de dados do Auxílio Brasil?

Por Alessandro Di Lorenzo — 27 de Outubro de 2023, 20:13

O Instituto Brasileiro de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação lançou um portal voltado para a verificação dos dados de beneficiários do já extinto Auxílio Brasil. A ideia é que os beneficiários possam conferir se suas informações pessoais foram comprometidas e se possuem direito a receber indenizações pelos vazamentos.

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Entenda o caso

  • O instituto entrou com uma ação judicial alegando que os dados de aproximadamente 4 milhões de pessoas que receberam o Auxílio Brasil em 2022 foram indevidamente divulgados.
  • Essas informações abrangem informações de cidadãos de mais de quatro mil municípios.
  • De acordo com o Ministério Público Federal, elas foram ilegalmente compartilhadas com correspondentes bancários, que as utilizaram para oferecer empréstimos e outros produtos financeiros.
  • As informações são do UOL.
Como se cadastrar no Auxílio Brasil
(Imagem: JERO SenneGs / Shutterstock)

Indenização é garantida?

Em setembro, a 1ª Vara Cível Federal de São Paulo acatou o pedido do instituto e determinou o pagamento de R$ 15 mil a título de danos morais a cada pessoa afetada. As entidades responsáveis pelo pagamento incluem a União, a Caixa Econômica Federal, a Dataprev e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

A Caixa recorreu da decisão. O órgão nega o vazamento dos dados e assegura que não encontrou falhas em sua gestão de informações, garantindo a integridade de seus dados e a segurança dos sistemas do Cadastro Único, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Os beneficiários podem acessar o portal em sigilo.org.br e selecionar a opção “Conferir se tenho direito”, localizada no início da página. É necessário fornecer informações pessoais, como nome completo, e-mail, CPF e número de telefone, além de concordar com os termos de privacidade e uso do site.

O instituto destaca que a consulta informa apenas se a pessoa está incluída na base de dados supostamente comprometida e se é elegível para receber uma indenização. Isso não quer dizer que elas irão receber o pagamento, uma vez que o processo está ainda em tramitação. Para isso, cada beneficiário cujos dados foram expostos terá que buscar a execução da sentença ao final do processo, com o auxílio de um advogado.

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O maior lago da América Latina parece lindo, mas sua cor indica um problemão

Por Alessandro Di Lorenzo — 26 de Julho de 2023, 15:23

O maior lago da América do Sul fica na Venezuela, tem uma cor esverdeada e sofre com constantes vazamentos de petróleo. Agora, o governo do país prometeu um plano para descontaminar as águas e recuperar totalmente o lago Maracaibo.

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Plano de recuperação do lago Maracaibo

  • A promessa, feita pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aconteceu na última segunda-feira (24) durante um ato comemorativo de uma importante batalha pela independência travada na região do oeste do país.
  • Ele afirmou que o governo irá colocar em prática um plano para descontaminar a região, afetada por constantes vazamentos de petróleo e uma bactéria que produz algas tóxicas.
  • “Recebi as denúncias sobre a questão dos vazamentos de petróleo no lago Maracaibo. Encomendei um estudo técnico-científico (…) e elaborei um plano que quero ativar para a descontaminação e recuperação do Lago de Maracaibo”, afirmou Maduro.

“Emergência nacional”

  • O lago Maracaibo tem 13.200 km² de extensão e é ligado ao Mar do Caribe por um estreito.
  • A cor esverdeada é causada pela proliferação da bactéria “Microcystis”, que produz uma alga tóxica que pode causar doenças.
  • Além disso, o lago tem uma vasta reserva de petróleo em seu subsolo e há anos é afetado por constantes vazamentos, segundo denúncias de ambientalistas e moradores de comunidades próximas.
  • A estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) deixou de fazer a manutenção dos milhares de quilômetros de cabos e dutos em meio à grave crise econômica do país, corrupção, falta de investimentos e sanções aplicadas pelos Estados Unidos.
  • Segundo pesquisadores, é comum ver pássaros, peixes ou qualquer espécie aquática impregnados de óleo.
  • A questão é considerada uma “emergência nacional” por ambientalistas.
  • “Vamos entrar no lago, vamos entrar nele, profundamente, com seriedade, apesar das sanções, do bloqueio, vamos gerar recursos (…), mas o lago Maracaibo, um belo lago, tem que ser recuperado”, prometeu Maduro.

Clima eleitoral

  • As declarações do presidente venezuelano acontecem em meio ao clima de disputa eleitoral, um ano antes das próximas eleições no país.
  • A data do pleito ainda não foi definida e há muitas dúvidas também sobre a transparência da disputa.
  • O governo da Venezuela prometeu eleições limpas, mas os três principais candidatos da oposição foram impedidos de concorrer após uma decisão da Justiça do país.
  • Nesse cenário, parece improvável que Maduro deixe o comando da nação, o que também desperta dúvidas sobre a promessa de recuperação do lago Maracaibo.

Com informações de UOL.

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Hackers que roubaram e venderam dados de milhões de brasileiros são presos

Por William Schendes — 22 de Junho de 2023, 20:55

Nesta semana, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou a prisão de dois hackers acusados de roubar e comercializar dados de milhões de brasileiros. O esquema criminoso é tido como um dos maiores já realizados no Brasil envolvendo vazamento de dados sigilosos.

Para quem tem pressa

  • Foram vazados cerca de 200 milhões de pessoas com informações como CPF, número de celular, endereços residênciais, endereços de e-mail, fotos, assinaturas digitalizadas, cópias de CNH, carros e empresas no nome, score em instituições financeiras e mais;
  • Os criminosos também tinham um acesso a cãmeras OCR de todo o Brasil, o que permitia leitura das placas de veículos e localização dos automóveis em rodovias de todo o país;
  • Os dados comercializados por esse grupo eram utilizados para diversas fraudes eletrônicas, criação de dossiês contra autoridades públicas e violação da intimidade dos cidadãos;
  • Entre as vítimas de dados vazados estavam autoridades como o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e deputados.

Além das apreensões, os agentes cumpriram mandados de busca, bloqueio de contas bancárias, derrubada de web sites e servidores usados nas práticas criminosas.

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De acordo com a polícia, os dados eram vendidos na internet através da dark web para realizar uma série de golpes eletrônicos.

Esses golpes são de diversos tipos, sendo  os mais conhecidos: o golpe do PIX, do motoboy, da mão invisível, da falsa central de segurança do banco, do falso sequestro e golpe da portabilidade do consignado.

 Eric Sallum, delegado da 9ª DP do Distrito Federal, responsável pelas investigações.

Para descobrir como a operação funcionava, os policiais se infiltraram em grupos de criminosos no Telegram para comprar os chamados “painéis de consulta” que continham os dados de milhões de pessoas. O acesso desses dados era vendido em pacotes de assinatura de 7, 15 e 30 dias, custando R$150, R$200 e R$300, respectivamente.

A investigação também descobriu que, ao todo, 1.453 usuários compraram o acesso a esse painel fornecido pelos hackers. Essas pessoas também serão investigadas para descobrir o que motivou a compra dos dados sigilosos.

Eric Sallum, delegado responsável pela investigação, disse que a maioria desses dados de cidadãos, políticos e autoridades públicas foram obtidas por “hackeamento de órgãos públicos”.

A partir das informações e mandados de busca cumpridos nessa semana, a PCDF continuará investigando para descobrir a origem desse esquema, tido como um dos maiores crimes nacionais realizados com vazamento de dados sigilosos até hoje.

Busca-se, ainda, com a continuidade das investigações, comprovar como esses criminosos tinham acesso aos dados sigilosos da população brasileira, em especial, o hackeamento online das câmeras de reconhecimento de placas.

 Eric Sallum, delegado da 9ª DP do Distrito Federal, responsável pelas investigações.

Os criminosos presos, vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas dão mais de 20 anos de prisão.

Com informações de Uol, Globo, PCDF.

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Cybertruck: documentos indicam diversas falhas no projeto da Tesla; saiba quais

Por Rodrigo Mozelli — 9 de Junho de 2023, 03:20

Em novembro de 2019, o CEO da Tesla, Elon Musk, subiu ao palco na Califórnia, EUA, para lançar novo tipo de EV: o Cybertruck, picape angular estilo cyberpunk com carroceria feita de aço inoxidável escovado e vidro “inquebrável”.

O que aconteceu a seguir entrou para o folclore de relações-públicas. Sob o brilho das câmeras, as janelas do veículo de demonstração quebraram não uma, mas duas vezes durante um teste de sua força. Musk primeiro xingou, depois brincou: “Há espaço para melhorias”. Essa observação improvisada poderia ter sido um mantra adequado para todo o projeto.

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Não que esse começo vacilante tenha dissuadido os fãs dedicados de Tesla. Desde então, cerca de 1,8 milhão de clientes fizeram seus depósitos de US$ 100 (quase R$ 500) para reservar um Cybertruck.

O veículo deveria começar a sair das linhas de produção em 2021, mas, dois anos depois, os carros ainda não foram entregues e, para a maioria dos clientes, não serão até 2024, no mínimo.

Alguns dos problemas do Cybertruck

  • Em maio, o jornal alemão Handelsblatt começou a relatar os “Arquivos Tesla”: milhares de documentos internos fornecidos a ele por um denunciante;
  • Entre esses documentos, estava um relatório de engenharia que pode dar algumas dicas sobre por que o veículo demorou tanto para chegar ao mercado;
  • O relatório, datado de 25 de janeiro de 2022, que a WIRED examinou, mostra que a versão “alfa” de pré-produção do Cybertruck ainda estava lutando com alguns problemas básicos com sua suspensão, vedação da carroceria, níveis de ruído, manuseio e frenagem.

“Estive dirigindo o mais recente protótipo do Cybertruck em Giga, Texas”, tuitou Musk no mesmo dia. “É incrível!”

Been driving latest Cybertruck prototype around Giga Texas. It’s awesome!

— Elon Musk (@elonmusk) January 26, 2022

O conteúdo do relatório não desfere um golpe fatal no Cybertruck. Como disse um engenheiro automotivo veterano, que falou sob condição de anonimato para evitar a reação dos fãs da Tesla, a empresa tem enormes recursos financeiros que lhe permitirão resolver os problemas detalhados no relatório.

No entanto, ele disse, “minha primeira reação é que estou surpreso. Esses são desafios clássicos de engenharia automotiva mecânica que você encontra em praticamente qualquer veículo. Estou impressionado que eles estariam lutando tanto com o básico.”

Dinâmica

Já o relatório de dinâmica interna e NVH – ruído, vibração e aspereza – vazado para o Handelsblatt contém resultados de testes que medem o desempenho da versão alfa do Cybertruck em relação a projeções feitas usando simulações de design auxiliado por computador (CAD) e em relação a benchmarks internos. Em resumo, apresenta a imagem de um protótipo de veículo com vazamentos, barulhento e com manuseio e frenagem ruins.

“É um veículo em estágio alfa, então, não é de surpreender que esteja um pouco longe de seus objetivos”, diz Andy Palmer, ex-COO da Nissan e CEO da Aston Martin Lagonda, com mais de 40 anos de experiência na indústria automotiva. Palmer diz que está surpreso com a franqueza do relatório. “Você estaria dando uma boa bronca nos engenheiros que escreveram essas coisas. Você normalmente não escreve isso.”

Selamento

O relatório diz ainda que a versão alfa do Cybertruck teve que ser selada à mão, mas que “há uma série de áreas que não temos um caminho claro para selar” em versão de produção do veículo. Este é um problema não apenas para evitar o clima, mas também para o ruído na cabine.

Os dados do relatório mostram que a versão alfa era significativamente mais ruidosa do que os engenheiros haviam projetado e que os testadores identificaram 21 possíveis vazamentos de ruído na carroceria do veículo.

Os carros da Tesla têm um histórico de vazamentos, e o relatório sugere que o design incomum do Cybertruck pode ter complicado as tentativas dos engenheiros de selá-lo adequadamente.

“Os processos de fabricação de carrocerias e oficinas de pintura lutaram para vedar as carrocerias para um desempenho NVH ideal no passado, e o design do Cybertruck apresenta novos desafios”, atesta o relatório.

Cybertruck da Tesla
Imagem: Reddit

Manuseio

O manuseio também foi uma preocupação para o Cybertruck alfa. O relatório observou uma série de problemas, incluindo “aspereza excessiva em velocidade média e corte”, “altas acelerações de arremesso de cabeça” e “tremor estrutural”.

Ele indicou que o carro experimentou “solavancos laterais excessivos durante manobras de baixa velocidade” e que precisava resolver problemas com o refinamento da direção e o rolamento da carroceria.

O modo strafe do EV, recurso que permite que as rodas girem para permitir que o carro ande de lado, tinha “apenas funcionalidade básica”.

Frenagem

O desempenho de frenagem foi uma das piores áreas do relatório. Os engenheiros da Tesla almejavam pontuação sete, ou “regular”, na escala de classificação da Society of Automotive Engineers, mas a versão alfa alcançou apenas quatro, ou classificação “ruim”.

De acordo com o relatório, em janeiro de 2022, a pastilha de pressão do pedal de freio do Cybertruck ainda estava em projeto e, portanto, o alfa experimentou “curso excessivo do pedal e parada inconsistente” e “inclinação excessiva durante a frenagem por fricção”, frenagem durante problemas de conversão, bem como instabilidade de frenagem de força.

“O desempenho do freio parece sério. Estou surpreso de que eles não tenham avançado mais”, diz Palmer, após ser informado sobre o conteúdo do relatório. Normalmente, o chassi, incluindo o sistema de freios, é a primeira coisa em que os engenheiros trabalham, à frente da carroceria e de outros sistemas. “Portanto, estar apenas em peças de protótipo neste estágio é bastante tarde.”

Cinemática

O relatório também detalha os resultados dos testes de cinemática e conformidade (K&C), usados para avaliar o desempenho de direção e manuseio de um automóvel.

Durante um teste K&C típico, a carroceria do veículo é fixada enquanto forças ou deslocamentos controlados são aplicados às rodas. Os resultados desses testes fornecem parâmetros de suspensão do veículo, como curvatura e convergência, medida que determina o quanto as rodas giram para dentro ou para fora de uma posição reta. O relatório mostrou que o desempenho do Alpha Cybertruck mostrou “lacuna significativa para as metas”.

O documento lista problemas em relação a possíveis soluções, algumas das quais esclarecedoras. A frente do veículo apresentava alguns problemas onde “não havia solução sem modificar o projeto da suspensão”.

Contra o problema de “ganho de cambagem muito alto”, resultando, entre outras coisas, no desgaste dos pneus e na mudança de alinhamento com a altura do percurso, a entrada na coluna de soluções afirma sem rodeios “possivelmente nenhum”.

Há indícios no relatório dos problemas que a Tesla teve em construir veículo que possa competir com outros EVs em sua categoria.

Tesla Cybertruck
Imagem: Divulgação/Tesla

Rigidez Torcional

A rigidez torcional é a capacidade da carroceria de um carro de resistir à torção. Ao virar, se a rigidez torcional for muito pequena, o corpo falhará. Muito grande, será difícil virar e tender a subvirar.

O desempenho da versão alfa estava significativamente fora do alvo, o que pode ser preocupante para a Tesla, de acordo com Palmer.

O que é surpreendente sobre isso é que é realmente difícil de consertar. É fundamental. Em seu desenvolvimento, você pode simulá-lo com bastante precisão. Então, estou surpreso de que esteja tão longe. Também é importante, porque consertá-lo aumenta o peso e compromete o design do veículo.

Andy Palmer, ex-COO da Nissan e CEO da Aston Martin Lagonda

A Tesla fabrica carros elétricos desde 2008, mas especialistas dizem que construir um veículo como esse apresenta desafio de engenharia completamente diferente. Outras fabricantes, como a Ford, cuja picape elétrica F-150 Lightning começou a ser produzida em abril de 2022, têm décadas de experiência na categoria.

Outros fabricantes de caminhões elétricos, incluindo as marcas Chevrolet e GMC, da GM, e Rivian, vencem ou provavelmente vencerão o Cybertruck no mercado.

Promessas vazias?

A Tesla prometeu especificações que superariam significativamente o F-150 Lightning em termos de alcance e capacidade de reboque. Mas a empresa precisa começar do zero na engenharia ou na aquisição de muitas das peças do Cybertruck, contra concorrentes que podem reutilizar ou evoluir peças de outros modelos.

O Lightning é uma versão elétrica de um caminhão que superou todos os outros por mais de 45 anos nos EUA.

A Tesla terá que entrar no mercado de caminhões contra a única coisa que as empresas americanas parecem saber fazer muito bem, que é construir picapes.

Mike Ramsey, analista da empresa de pesquisa e consultoria tecnológica Gartner

Construção difícil

Além disso, o próprio Musk afirmou que o Cybertruck é um veículo difícil de fabricar. “Você não pode simplesmente usar métodos convencionais de fabricação”, disse ele em teleconferência em maio. “Tivemos que inventar todo um novo conjunto de técnicas de fabricação para construir um carro exoesqueleto em vez de um carro endosqueleto, então, claramente, não é trivial.”

O estilo único do caminhão, com suas placas angulares e construção em liga de aço inoxidável, significa que não é apenas difícil de fabricar, mas provavelmente será difícil de consertar, dizem especialistas.

O aço inoxidável não é fácil de moldar, “daí a aparência como se fosse o resultado de um aluno em um ‘Pop Quiz Número 1’ em sala de aula para o curso ‘Introdução ao Design de Carros’”, diz Raj Rajkumar, professor de engenharia elétrica e de computação na Carnegie Mellon University.

O material requer técnicas de soldagem especializadas e não se flexiona facilmente, o que pode ser perigoso em colisão, quando a força normalmente absorvida por “zona de deformação” pode ser transferida para os ocupantes da cabine, diz Rajkumar.

Os especialistas observaram que a forma estranha do veículo, e particularmente suas bordas afiadas, dificultará o cumprimento das regras de proteção de pedestres do Cybertruck na Europa e possivelmente em outros mercados.

“Essas folhas de metal longas e ininterruptas, com linhas nítidas e um para-brisa enorme, me fazem pensar que haverá alguns problemas reais com a possível aprovação de regulamentos de segurança, especialmente fora dos EUA”, diz Ramsey.

Cybertruck em cenário de paisagem
Imagem: Mike Mareen./Shutterstock

Preço salgado?

Resolver todos esses problemas de fabricação e engenharia provavelmente aumentou substancialmente o preço do Cybertruck. Musk disse inicialmente que o preço da picape começaria abaixo de US$ 40 mil (R$ 196,9 mil). No entanto, em 2021, essas estimativas de preços atraentes já haviam sido removidas do site da Tesla. Musk disse aos acionistas no ano passado que as especificações e os preços do veículo mudaram desde sua introdução em 2019.

Agora, no contrato de pré-encomenda de US$ 100 (quase R$ 500), a Tesla apenas declara que “a Folha de Preço Final será fornecida a você quando a data de entrega se aproximar”.

Exatamente quando essa data será permanece uma questão em aberto. Em teleconferência de resultados em 26 de janeiro de 2022, um dia após a data do relatório vazado, Musk anunciou que o Cybertruck seria adiado até “provavelmente no próximo ano”, argumentando que o lançamento de novo veículo interromperia os cronogramas de produção da empresa.

“Se introduzirmos novos veículos, nossa produção total diminuirá”, disse Musk na teleconferência. Desde então, a Tesla adiou a produção em massa do Cybertruck mais uma vez, para 2024, apesar de Musk declarar em entrevista no YouTube, em julho de 2022, apenas cinco meses após o relatório da NVH, que o design foi “finalmente bloqueado”, acrescentando, com suspiro audível, “nós nos empolgamos demais.”

Mais problemas…

O relatório vazado detalha apenas os problemas de design estrutural que o caminhão estava enfrentando em 2022 e não cobre outros fatores-chave, como motor elétrico ou desempenho da bateria, nem o software do veículo.

No final de maio, o Handelsblatt informou que, entre os documentos recebidos, havia milhares de reclamações de clientes sobre o comportamento errático do FSD da Tesla.

Nos EUA, a National Highway Traffic Safety Administration, agência governamental responsável pela segurança rodoviária, está investigando o FSD. A agência obrigou a Tesla a recolher o software no início deste ano. A empresa de Elon Musk não concordou com as conclusões da agência, mas atualizou seu software por meio de uploads automatizados para os carros dos clientes.

Outros detalhes expostos

Os documentos contidos nos vazamentos para o Handelsblatt também incluíam informações privadas, como salários de funcionários e dados bancários de clientes.

As autoridades de proteção de dados da Holanda, onde a Tesla tem sua sede europeia, estão investigando o vazamento. De acordo com a lei de privacidade da União Europeia, as empresas podem ser multadas em até 4% de sua receita anual por violações de dados.

O preço das ações da Tesla caiu no ano passado em mais de US$ 400 (R$ 1,9 mil) no final de 2021 para menos de US$ 110 (R$ 541,62) em janeiro de 2023. No entanto, subiu nos últimos meses para cerca de US$ 200 (R$ 984,76). Ainda é a empresa automobilística mais valiosa do mundo e a líder global em vendas de veículos elétricos.

Fachada de fábrica da Tesla
Imagem: Reprodução/Bloomberg

Perdendo terreno

A Tesla não lança novo veículo de consumo desde 2020 e é amplamente vista como ficando atrás de outras montadoras, que intensificaram seu desenvolvimento de EV para atender à crescente demanda.

A maioria das montadoras atualiza sua linha a cada três ou cinco anos – o Tesla Model S agora tem mais de dez anos. A Audi, em comparação, espera lançar mais de 20 carros novos até 2026.

Mas, embora os analistas digam que finalmente produzir o Cybertruck será, principalmente, vitória simbólica para a Tesla – que ainda deve acertar o lançamento de novas baterias, lançar o FSD (Full Self-Driving, sistema de direção autônoma) globalmente e construir carro verdadeiramente acessível – os atrasos ainda importam.

Você precisa de algo novo para revigorar a história. Seja o robô humanoide, o Tesla Semi, o Cybertruck, o Full Self-Driving, tudo isso é um jogo justo aos olhos da máquina de relações-públicas da Tesla para manter a narrativa sobre o crescimento contínuo. O lógico [primeiro] de todos é o Cybertruck.

Jeffrey Osborne, diretor administrativo e analista de pesquisa sênior que cobre a Tesla na empresa de serviços financeiros Cowen

A Tesla não respondeu aos pedidos de comentários da WIRED.

Metas mais importantes

Embora o atraso do Cybertruck não seja uma boa ideia para a Tesla, a verdade é que Musk e sua empresa podem ter prioridades mais importantes. Os investidores estão mais interessados em ver a empresa:

  • Atingir suas metas de vendas de 1,8 milhão de veículos este ano, ante 1,2 milhão no ano passado;
  • Concluir sua fábrica no México no prazo até 2025;
  • Progredindo em projetos de gigafábricas nos Estados Unidos, China e Alemanha;
  • Ter lançamento bem-sucedido de outros novos modelos, incluindo um carro mais acessível, com preço de cerca de US$ 30 mil (R$ 147,7 mil).

“[Musk] tem muitas bolas no ar”, diz Tom Narayan, analista e chefe da prática global de automóveis da RBC Capital Markets. “O Cybertruck está na lista de prioridades, mas não está lá em cima. Acho que nunca seria um veículo de alto volume.”

Cybertruck corre risco?

É astronomicamente improvável que a Tesla cancele o projeto Cybertruck. Os desafios de engenharia detalhados no relatório de 2022 eram sérios, mas não terminais, e poderiam ser corrigidos com dinheiro suficiente – o que a Tesla tem de sobra.

“Não há como eles não conseguirem encontrar maneira de tornar o Cybertruck aceitável para o mercado”, diz o engenheiro automotivo. “Pode não ser o EV mais silencioso do mercado, mas quem se importa? Eles vão vendê-los. As pessoas estão esperando por eles há anos.”

E há clientes leais, alguns dos quais têm devoção à marca e seu fundador e a defendem agressivamente contra os críticos no Twitter. Mas, se, quando os caminhões finalmente começarem a sair das linhas de produção em massa, os compradores conseguirão o que estão esperando, ainda não se sabe.

“Existe esse campo de distorção da realidade, porque a Tesla teve tantos atrasos antes e as pessoas estão tão acostumadas com o pensamento positivo de Elon Musk sobre produtos e capacidades”. diz Ramsey. “Agora, ninguém acredita nele em primeiro lugar.”

Com informações de WIRED

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